26 DE JUNHO DE 2015
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Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — O estado a que isto chegou!
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Rui Caetano.
O Sr. Rui Jorge Caetano (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Encontramo-nos hoje a
discutir neste Parlamento um tema que ao longo destes quatro anos muito foi debatido, quer em Plenário, quer
em comissão, quer em sede de Orçamento do Estado, e que teve sempre a rejeição da maioria desta Câmara.
Percebemos bem que os partidos da oposição queiram vir aqui marcar a sua agenda política, acrescido do
facto de estarmos em final de legislatura e vésperas de eleições, trazendo à discussão, mais uma vez, este
tipo de questões. No entanto, a bem da coerência, não podemos concordar com o que está em discussão.
Indo já e muito diretamente ao centro da questão, o que pretendem os partidos proponentes com esta
alteração e revogação é a redução do horário de trabalho para todos os trabalhadores, quer do setor público,
quer do setor privado, para as 35 horas semanais.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Exatamente!
O Sr. Rui Jorge Caetano (CDS-PP): — A bem da clareza, convém começar por referir que as normas
legais que pretendem alterar estabelecem os períodos máximos de trabalho, nada impedindo que nos
acordos, quer por negociação individual, quer por negociação coletiva, não possam ser estabelecidos outros
que sejam mais reduzidos, de acordo com as necessidades, as tarefas em causa e as respetivas funções.
Protestos do PCP.
Também não podemos ignorar o facto de, nos últimos anos, ter vindo a ser feito um esforço legislativo para
que os regimes dos trabalhadores do setor privado e do setor público se aproximem, para uma maior
igualdade e justiça social no exercício das respetivas funções, com a salvaguarda, obviamente, das
especificidades do estatuto constitucional da função pública.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Bem lembrado!
O Sr. Rui Jorge Caetano (CDS-PP): — Os principais motivos destas alterações aos horários de trabalho
na função pública foram precisamente a justiça, a equidade e a igualdade, valores que nos são caros.
Não nos esqueçamos que era necessário acabar com as desigualdades que advinham de diferentes
regimes de horários de trabalho para pessoas que trabalhavam no mesmo local e que desempenhavam as
mesmas funções.
A este propósito, é importante dizer que as alterações efetuadas à organização do tempo de trabalho
merecem um amplo consenso social, que deve ser respeitado, e nós não só o respeitamos como
concordamos com ele.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Rui Jorge Caetano (CDS-PP): — Sr.as
e Srs. Deputados, não se lembram, ou não se querem
lembrar, que estas alterações saíram da concertação social?
Sr.as
e Srs. Deputados, não se lembram ou não se querem lembrar que estas alterações resultam do mais
digno consenso de representantes de empregadores e sindicatos, que conseguiram, quanto à organização do
tempo de trabalho, encontrar uma solução para uma melhor e mais eficaz organização desse tempo?
Sr.as
e Srs. Deputados, se isto não é elevar ao máximo a importância da concertação social e do diálogo
entre as partes, então não sei o que é!