4 DE JULHO DE 2015
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Finalmente, queria deixar alguns agradecimentos. Em primeiro lugar, ao Relator, pela forma muito
equilibrada e extensa com que conseguiu compilar trabalhos em áreas bastante vastas do inquérito; em
segundo lugar, ao Presidente da Comissão, pela forma como dirigiu os trabalhos; em terceiro lugar, a todos os
que ao longo de anos se dedicaram a esta matéria, em especial ao Augusto Cid, pela dedicação pioneira, pela
dedicação incansável, pela dedicação inconformista na procura do esclarecimento da verdade deste caso que
tanto abalou o País.
Com certeza que alguns dos trabalhos do Augusto Cid terão erros, como eu também cometi erros, e todos
cometemos erros. Mas há um erro que ele nunca cometeu: o da indiferença. Muitas vezes, ao longo deste
processo, foi necessário andar a apalpar às escuras, não porque fosse noite, mas porque houve gente que se
entreteve, entreteve, entreteve a apagar a luz e até a provocar eclipses neste processo! O último eclipse foi o
desaparecimento de documentos do Ministério da Defesa Nacional, do Ministério dos Negócios Estrangeiros,
do Estado-Maior-General das Forças Armadas sobre correspondência a respeito do comércio de armas para o
Irão.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, queira concluir.
O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — São muito importantes os projetos de resolução que vamos
votar relativamente a esta questão em particular. Espero que o esclarecimento deste caso seja finalmente
trazido aos olhos dos portugueses.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, agradeço, de novo, a todos os que intervieram no debate, a saber, o
Presidente, o Relator e os Deputados membros da Comissão de Inquérito à Tragédia de Camarate.
Passamos ao próximo ponto da nossa ordem do dia, que consta da discussão, na generalidade, da
proposta de lei n.º 333/XII (4.ª) — Procede à sexta alteração à Lei n.º 2/2004, de 15 de janeiro, que aprova o
estatuto do pessoal dirigente dos serviços e organismos da administração central, regional e local do Estado, e
à segunda alteração à Lei n.º 64/2011, de 22 de dezembro, que modifica os procedimentos de recrutamento,
seleção e provimento nos cargos de direção superior da Administração Pública.
Aproveito para cumprimentar o Sr. Ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, a Sr.ª Secretária
de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade e o Sr. Secretário Estado da Administração Pública.
Para apresentar a proposta de lei, tem a palavra o Sr. Secretário Estado da Administração Pública.
O Sr. Secretário Estado da Administração Pública (José Leite Martins): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs.
Deputados: O Governo apresentou à Assembleia da República esta proposta de lei que se insere na
necessidade de introduzir algumas melhorias que o Governo entendeu convenientes após cerca de três anos
de aplicação do novo regime de recrutamento dos cargos de direção superior da Administração Pública,
introduzido no final de 2011.
No programa do atual Governo, foi prevista a introdução de um mecanismo de recrutamento independente
para os cargos de alta direção da Administração Pública. Naturalmente que existem muitos processos e
muitos mecanismos possíveis para este efeito, mas o Governo assumiu este compromisso no seu programa e
deu-lhe de imediato execução com a aprovação da proposta de lei que veio a conduzir à Lei n.º 64/2011.
Este mecanismo é inovador e foi com ele que se pretendeu minimizar riscos de politização das nomeações,
criar condições para que o recrutamento pudesse obedecer a um procedimento conduzido por uma entidade
independente do Governo.
Portanto, este regime introduzido no final de 2011 tem já três anos de execução e, evidentemente, após
esses três anos, torna-se necessário, sem prejuízo da manutenção do sistema, o qual não está em causa,
introduzir-lhe algumas melhorias que a experiência aconselha. Aliás, as Sr.as
e os Srs. Deputados estarão
recordados que o próprio Presidente da CReSAP (Comissão de Recrutamento e Seleção para a
Administração Pública), em intervenção pública, designadamente nesta Assembleia da República, enunciou,
ele próprio, algumas sugestões que lhe pareciam úteis nesta matéria, sugestões essas que o Governo