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I SÉRIE — NÚMERO 1

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A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Isso significa que os senhores chegaram a prometer um crescimento

económico de 2,4% e agora o que têm para apresentar é um crescimento de 0,9%, o que é bastante menos de

metade, Srs. Deputados. E não deixa de ser extraordinário que — já ouvi um Sr. Deputado dizê-lo — agora

digam: «Isto não era uma promessa, isto era só um cenário macroeconómico.»

Se calhar, podiam ter dito isso aos portugueses, porque acho que o que qualquer português entendeu foi

que os senhores estavam a comprometer-se com um crescimento maior e que o que têm para apresentar é um

crescimento substancialmente menor. E isso tem significado também na devolução de rendimentos, porque se

os senhores tivessem tido políticas adequadas teríamos agora mais rendimentos para distribuir.

Esse é que é o problema fundamental das vossas políticas.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Deputado Hugo Lopes Soares, gostava de perguntar se lhe parece

razoável que o Governo tenha decidido aumentar, e muito, a tributação do gasóleo e da gasolina. Estamos a

falar de mais 500 milhões de euros. E grande parte desse aumento de impostos — pasme-se! — sabe para

onde foi, Sr. Deputado? Mais 360 milhões de euros de juros pagos pela dívida pública este ano? Cada português

pagou, por causa das vossas políticas e da vossa irresponsabilidade, mais 36 € para juros só durante estes

nove meses.

Francamente, parece-me que não foi isto que prometeram.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para formular o último pedido de esclarecimento, tem a palavra

o Sr. Deputado António Filipe.

O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Hugo Lopes Soares, a sua intervenção foi sobre

as Jornadas Parlamentares do PSD. As jornadas parlamentares são sempre um acontecimento relevante na

atividade dos grupos parlamentares, mas, Sr. Deputado, a avaliar pelo conteúdo da sua intervenção, as

Jornadas Parlamentares do PSD não terão sido particularmente interessantes. É que o Sr. Deputado referiu-se

às propostas saídas das Jornadas Parlamentares, mas, efetivamente, não nos referiu que propostas serão

essas, pelo que ficamos com muita expetativa de saber quais são as propostas que o PSD tem para apresentar

ao País e, sobretudo, de saber se essas propostas vão no sentido de aumentar o investimento, de aumentar o

rendimento disponível das pessoas — o que, segundo o PSD, põe em causa a confiança no País — ou se vão

no sentido das políticas do Governo PSD/CDS, de aumentar a austeridade, de aumentar os sacrifícios sobre os

portugueses de menores rendimentos, porque essa é que é a forma de conter o défice, de equilibrar as finanças

públicas e de agradar às imposições que nos vêm da União Europeia.

Portanto, estamos muito curiosos em saber quais são as propostas que o PSD vai fazer nos tempos mais

próximos e em que sentido é que elas vão. Mas uma coisa é certa: de acordo com aquele que tem sido o discurso

do PSD, quaisquer propostas que os senhores façam são criticáveis à luz do discurso do PSD.

É que sempre que se anuncia alguma medida que venha no sentido de aumentar os rendimentos disponíveis

para os portugueses os senhores criticam. Ouvimos líderes do PSD criticar a possibilidade de aumento das

pensões, dizendo que isso punha em causa os esforços que o País andou a fazer em termos de equilíbrio das

finanças públicas. Ou seja, qualquer medida de sentido positivo os senhores estão contra, mas, depois, vêm

criticar dizendo que é preciso que haja mais investimento e que haja mais crescimento.

Portanto, os senhores entendam-se, porque nós gostaríamos de saber, em concreto, o que é que têm a

propor aos portugueses para que possamos avaliar, efetivamente, se o PSD quer continuar as políticas dos

últimos quatro anos, os quatro anos em que esteve no Governo, porque parece que para o PSD e para o CDS

aquele período foi uma caixa negra, em que não aconteceu nada!

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Deputado, peço-lhe que termine, por favor.