16 DE SETEMBRO DE 2016
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Ouvi o Sr. Deputado Alexandre Quintanilha falar da necessidade de responder às reais aspirações do País
e, sobretudo, falar do presente. Como sabe, tem encontrado no CDS e em mim, em concreto, eco dessas
preocupações.
Sobre o presente tenho algumas coisas a dizer. A primeira das quais é que, no presente, as filas do
desemprego foram engrossadas com cerca de 500 docentes e não docentes por via do fecho desnecessário e
ideológico das escolas com contrato de associação.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Desemprego esse que aumentou, espante-se, com grande desagrado
por parte da CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses) e da FENPROF,…
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Exato!
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — … que, agora, se mostrou surpreendida com estes números e com esta
realidade, apesar dos sucessivos alertas que aqui fizemos.
Falo também dos 500 professores que este ano foram acrescentados às escolas como contratados. Ao
contrário do Governo anterior, que vinculou durante três anos cerca de 4000 professores aos quadros,…
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Ora bem!
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — … este Governo vinculou 100.
Outros números do presente têm a ver com o ensino superior e com as notícias que foram largamente
propagadas de que, finalmente, se tinha invertido o número de candidaturas ao ensino superior com crescimento
até aqui não visto.
Devo lembrar que, desde 2014, esta tendência foi invertida e no ano de 2015 houve um crescimento de 11%
nas candidaturas no ensino superior e não de 2% como este ano.
Dito isto, gostava que falássemos sobre o presente, mas sobre factos do presente, porque não basta falar
em serenidade, propagá-la e desejar que os sindicatos alinhados com essa serenidade acalmem a abertura do
ano letivo, pois se não nos basearmos na realidade que as pessoas vivem nunca vamos ter um debate informado
e nunca vamos conseguir fazer esse percurso de que falava o Sr. Deputado Alexandre Quintanilha.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Muito obrigada, Sr.ª Deputada, também pela sua contenção.
Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Alexandre Quintanilha.
O Sr. Alexandre Quintanilha (PS): — Muito obrigado, Srs. Deputados, pelas questões que me colocaram.
É claro para a maior parte dos portugueses que houve uma alteração significativa na forma como este
Governo decidiu apoiar o ensino inclusivo e o conhecimento para todos os portugueses.
Eu disse, claramente, na minha intervenção que os problemas não estão todos resolvidos, que vinham, aliás,
muitos deles, de vários passados anteriores e que, portanto, há muitos problemas graves que ainda têm de ser
resolvidos em Portugal em relação não só ao ensino secundário e básico, como também ao ensino superior.
Não vou aqui debater se os números estão certos ou estão errados, mas tenho números diferentes daqueles
que foram mencionados e podemos, depois, confirmá-los, mas o que é um facto é que, provavelmente, se calhar,
a grande e esmagadora maioria do País sente que há um élan novo em relação à aposta no ensino, na educação
e na procura de conhecimento em todas as áreas de conhecimento, desde as ciências mais abstratas até às
ciências sociais e às ciências humanas. Penso que sobre isso não há dúvida nenhuma.
Portanto, o que peço aos Srs. Deputados, porque sei que ambos, o Deputado Amadeu Albergaria e a
Deputada Ana Rita Bessa, levam muito a peito a questão da educação e do conhecimento, é que possamos
nesta Legislatura deixar de falar naquilo que se passou anteriormente e apostarmos todas as nossas baterias