O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

29 DE SETEMBRO DE 2016

5

não investem. Têm medo, estão de pé atrás, não confiam, não acreditam. Por isso, não há investimento, nem

nacional nem estrangeiro. Estamos, neste particular, pelas ruas da amargura.

Por isso, os senhores falharam duas vezes: falharam na estratégia que escolheram de aposta no consumo

e falharam porque mataram qualquer estratégia alternativa fundada na atração de investimento, nacional e

estrangeiro.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Luís Campos Ferreira (PSD): — Mas o que é ainda mais grave não é o vosso falhanço político. O

grave, grave, é que o vosso falhanço político tem consequências na vida das pessoas. Menos investimento hoje

é menos crescimento económico no futuro. Menos crescimento económico é menos emprego, menos poder de

compra e menos justiça social. É assim que se geram ilusões e é assim que as políticas deixam de ser

sustentáveis.

Sr. Presidente, Sr. Ministro da Economia, Srs. Secretários de Estado, Srs. Deputados: O Partido Socialista e

os seus ajudantes estão a instalar uma visão maniqueísta, de que a criação de riqueza é inimiga da eliminação

da pobreza. Parece ser um sacrilégio empreender, ter poupanças e património, quando estas poupanças e

património resultam, também eles, do trabalho e do mérito.

O objetivo é ter uma sociedade assente num denominador comum menor? Esta é uma visão que destrói a

economia e as sociedades.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.

O Sr. Luís Campos Ferreira (PSD): — Concluo já, Sr. Presidente.

Hoje, pode viver-se ainda a ilusão dos «amanhãs que cantam», mas não será por muito tempo. Afinal, como

toda a gente sabe, só se pode distribuir a riqueza que se cria e hoje, infelizmente, o País quase não cria riqueza.

É esta a herança histórica que a geringonça está a acumular.

Um dia, para tentarem sobreviver, ainda acabam divorciados uns dos outros. A verdade, porém, é esta: com

divórcio ou sem divórcio, VV. Ex.as serão julgados pelo vosso falhanço e pelo fracasso das vossas políticas.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Ministro da Economia.

O Sr. Ministro da Economia (Manuel Caldeira Cabral): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A economia

portuguesa está a crescer. O PIB cresceu mais no segundo trimestre, tendo levado até a uma revisão em alta

do crescimento por parte do INE.

O investimento das empresas não financeiras cresceu 7,7% no primeiro semestre, quando há um ano estava

a crescer a 1,1% — repito, 7,7% de crescimento das empresas privadas não financeiras, um crescimento sete

vezes maior do que aquele que estava a acontecer há um ano.

Houve, no segundo trimestre, uma criação líquida de 89 000 postos de trabalho e estamos a ter um ano

recorde, com um crescimento de mais de 10% no turismo. Em suma, a economia portuguesa está a crescer.

Aplausos do PS.

Não faz, assim, sentido um discurso derrotista, negativista. Faz sentido, sim, um discurso de quem quer mais,

de quem exige mais e diz: «A economia portuguesa está a crescer, queremos que cresça ainda mais».

Aplausos do PS.

Depois de quase um ano em que a taxa de crescimento do PIB esteve a desacelerar — a taxa de crescimento

do PIB, em 2015, foi menor no segundo trimestre do que no primeiro, foi menor no terceiro trimestre do que no

segundo, foi menor no quarto trimestre do que no terceiro; estava, de facto, a desacelerar, e é isso que quer