I SÉRIE — NÚMERO 6
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Se a situação era assim no que respeita às contas públicas, na economia e no investimento a perspetiva
mantém-se: os dados desmentem o diabo que há no PSD e no CDS.
Vejamos: pelo mundo fora, as perspetivas de crescimento deterioram-se e, por exemplo, a OCDE corrigiu
em baixa as perspetivas para 2016 e 2017. Para a Europa, esta mesma instituição acabou também por rever
em baixa o crescimento previsto para 2016 em 0,4%. Mas, mesmo neste contexto externo pouco atraente para
o crescimento a afetar os principais parceiros de uma economia pequena e aberta ao exterior, a economia
portuguesa está a descolar de um período de desaceleração, que teve início em agosto do ano passado e que
passou a recuperar a partir de janeiro deste ano. Assim, o País cresce no segundo trimestre de 2016 em cadeia,
mostrando que está em aceleração e desmentindo que esteja a cair.
Mas mais: o País cresce em convergência com a Europa, coisa que nunca aconteceu em 2015. Mas se ainda
é preciso mais, sugiro que consultem os números divulgados pela OCDE, cujo indicador avançado sublinha que
Portugal mantém a tendência de subida desde janeiro.
A par deste crescimento económico, e por causa dele, o País está a criar emprego. Foi mesmo o quarto País
da Europa onde os desempregados mais encontraram emprego, para estancar a lamentável opção de expulsar
portugueses do seu próprio País.
A taxa de desemprego é, por isso, a mais baixa desde 2010 e pela primeira vez ao fim de muitos anos está
abaixo dos 600 000 desempregados.
Termino, abordando um dos temas que mais anima as bancadas da direita. Lamento, caros Deputados do
PSD e do CDS, que também aqui não traga boas notícias para VV. Ex.as. Em tudo o que os senhores disseram
até hoje não bate a bota com a perdigota e é facilmente desmentido.
Vejamos: em primeiro lugar, refere o PSD e o CDS que o investimento está a cair. Sabemos todos que é
mentira.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
De acordo com os últimos dados do INE, o investimento das empresas não financeiras cresceu 7,7% no
primeiro semestre.
Em segundo lugar, dizem que o País não é atrativo. Ora, não é essa a opinião da insuspeita Ernst &Young,
que, num estudo de julho deste ano sobre a atratividade de Portugal para investidores estrangeiros, sublinha
que as intenções de investimento estrangeiro — imaginem! — cresceram 25%.
Em terceiro lugar, dizem também que o investimento público cai porque é uma manobra para corrigir o défice.
Este argumento, diga-se em abono da verdade, é pouco sério e revelador de algum desespero da direita. O
investimento público é sobretudo financiado por fundos estruturais cujo impacto no défice é zero, e os senhores
sabem disso.
Além disso, este Governo encontrou o programa Portugal 2020 completamente moribundo,…
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, já ultrapassou o seu tempo.
O Sr. Carlos Pereira (PS): — … não havia um único concurso lançado para as autarquias, por exemplo, e
teve de tratar de erguê-lo para tornar possível às entidades públicas acederem aos financiamentos.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: O rodopio de Deputados da direita
revela que, ao não encontrarem os dados que comprovem as teses mirabolantes do desastre, colocam todos
os olhares dos portugueses no fiasco que tem sido a tónica da oposição.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.
O Sr. Carlos Pereira (PS): — O País não espera que a oposição ao Governo seja uma central de anúncios
de horrores, colocando a sociedade portuguesa em permanente sobressalto.
O bom senso e o sentido de responsabilidade exigem que a direita mude de comportamento, para bem do
País.
Aplausos do PS.