O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 6

14

O que é preciso é investimento que seja digno desse nome, que permita modernizar as nossas

infraestruturas, desenvolver o nosso potencial produtivo, dinamizar a atividade económica e a nossa capacidade

de criar riqueza.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Isto para o PSD e para o CDS não faz diferença nenhuma, mas para o nosso

País e para a nossa economia faz toda a diferença.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Bem lembrado!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — De resto, desengane-se quem pensa que este problema é de agora!

Entre 2000 e 2007, o investimento líquido teve uma quebra de 31,3%, e entre 2007 e 2011 caiu 90,9%.

Com a ingerência da troica e com o Governo PSD/CDS, o País passou, pela primeira vez, para um valor

negativo do investimento líquido. Em quatro anos, o saldo acumulado do investimento líquido negativo atingiu

15,9 mil milhões de euros. Negativo, Srs. Deputados! Foi isto que tivemos em década e meia, mas o PSD

indigna-se: «Estava tudo tão bem e agora vêm estragar isto!»

Como há dias escrevia um camarada meu, pensávamos que gestores experimentados e de excelência,

empresários, empreendedores e amigos do risco investiam quando sentiam, através dos seus sensores

«empreendedorísticos», uma oportunidade de negócio, quando julgavam azado o momento para a expansão

das atividades ou para a modernização de um projeto industrial e afinal é tudo muito mais simples: trata-se de

ter o Governo com gente amiga, que dê confiança, que não faça faltar os benefícios fiscais e mesmo uma

reduçãozita do IRC (imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas), chorudos subsídios comunitários e

outros, enfim, gente do peito, ou seja, que garanta um Estado mínimo mas que dê um máximo de facilidades e

ajudas ao capital privado, porque sem isso ele não se mexe.

Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, não há pirueta nem cambalhota que permita ignorar esta questão

central: o investimento tem de ser dinamizado não como um caminho para a acumulação de lucros em grupos

estrangeiros mas para o desenvolvimento económico e para a transformação e modernização das nossas

infraestruturas.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira.

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados:

Sr. Ministro da Economia, nos últimos dias, temos ouvido o PSD dizer que o Governo estava a colocar Portugal

no radar do desinvestimento, mas quando olhamos para os dados e para os números não é essa a leitura que

fazemos.

Vozes do PSD: — Ah, pois não! Claro!…

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Aquilo que nos parece é que é o PSD que está com sérias e

grandes dificuldades em sair do radar do descrédito. Hoje já nem querem ouvir falar do défice. Como muito bem

há pouco disse o Sr. Deputado Luís Campos Ferreira, «quem os viu e quem os vê!».

Mas nós olhamos para os dados do INE e para os números, que nos dizem que as intenções do investimento

empresarial, em termos nominais, estão com uma taxa de variação de 6% em 2016, que compara com 3,1% em

outubro de 2015; que o investimento das empresas não financeiras cresceu em termos nominais 7,7% no

primeiro trimestre de 2016 face ao período homólogo; que há melhorias ao nível da taxa de desemprego — isto

já para não falar no setor do turismo.