I SÉRIE — NÚMERO 6
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projetos, alguns de 5 milhões, outros de 10 milhões, outros de 15 milhões e alguns também de 50 milhões,
temos um aumento do investimento estrangeiro.
Aplausos do PS.
É estranho isto! Aliás, pedi para este gráfico ser mostrado nos painéis e o Grupo Parlamentar do PSD não
aceitou, achou que não era possível, mas, se quiserem, posso distribuir em papel estes dados, que não são
secretos, estão na disponibilidade de toda a gente, pois são os dados sobre o investimento estrangeiro, por
setores, publicados pelo Banco de Portugal, que comparam o primeiro semestre do corrente ano com o primeiro
semestre do ano passado.
Ora, neste gráfico podemos verificar, para que percebam, aumentos superiores a 100% em vários
investimentos. Em alguns casos, passou-se de um investimento líquido negativo para investimento líquido
positivo, e estamos a falar dos serviços financeiros, consultadoria, comércio por grosso e retalho e vários outros
investimentos, por exemplo, na indústria construtora, em que há um aumento de 74% do investimento, ou no
imobiliário, onde há um investimento de 63%, ou noutros setores, em que há um aumento de 61%. Estamos a
falar de dados do Banco de Portugal.
É estranho este argumento. E o estranho deste argumento é que o investimento caiu por falta de confiança
e logo foi cair no setor público!
Quanto ao setor público, pediu-me o Sr. Deputado do Bloco de Esquerda, e muito bem, que eu desse boas
notícias. E eu gostava de dar boas notícias já deste primeiro trimestre, mas é óbvio que os investimentos que
se lançam a concurso hoje só vão estar a ser concretizados dentro de seis meses ou de um ano, pois há
procedimentos, e ainda bem que os há, para transparência nas contas públicas. Por isso, o investimento que
não está a acontecer no primeiro semestre deste ano foi o que não foi lançado.
Mas dou um exemplo e uma boa notícia: o investimento em eficiência energética, esta linha de investimento
de 100 milhões de euros que vamos lançar ainda nesta semana para investir na eficiência energética em
edifícios públicos. É investimento público que melhora a eficiência energética no setor público, é investimento
que não só cria emprego, não só cria atividade economia, não só contribui para uma melhoria ambiental e até
de saúde, mas é um investimento que, para além disso, vai ter também efeitos positivos em termos de redução
de despesa corrente por maior eficiência na Administração Pública.
Só foi possível fazer agora este investimento porque conseguimos desbloquear as verbas do PO SEUR que
estavam à espera da aceitação da União Europeia. É que tínhamos uma condição ex ante, que era a do
cumprimento da transposição de uma diretiva. A União Europeia já estava à espera há mais de um ano, e estava
à espera porque esse trabalho não foi feito, com várias tentativas do anterior Governo que foram rejeitadas, e
nós, em quatro meses, conseguimos resolver esse problema que se arrastava há mais de um ano e agora estas
verbas estão disponíveis.
Esta é uma boa notícia a vários níveis: os fundos estruturais do PO SEUR vão permitir este investimento que
vamos lançar já, quanto à eficiência energética nos edifícios públicos, e vão permitir também lançar outros
investimentos de eficiência energética, de reabilitação urbana, de investimentos com forte impacto na criação
de emprego, na dinamização da economia e no melhoramento das nossas cidades.
É estranho o argumento de que seria a falta de confiança que estaria a levar a que o investimento privado
aumentasse 7,7%. Se os investidores privados estão a investir mais eles estão a desmentir a vossa própria tese.
É para isto que eu queria aqui chamar a atenção: eles estão com mais confiança e não com menos confiança.
Se o investimento privado está a crescer 7,7%, depois de vários anos de forte queda, o que dizemos é: não
chega! É um ritmo de crescimento do investimento que não chega, temos de trabalhar mais para acelerá-lo, mas
é um crescimento do investimento que mostra confiança do setor privado.
Se no segundo trimestre deste ano a contratação de pessoas aumentou, em termos líquidos, em 89 000
postos de trabalho, do que estamos a falar é de as empresas desmentirem a tese da falta de confiança,…
Aplausos do PS.
… é de as empresas demonstrarem que confiam contratando trabalhadores e que, certamente, não os
contrataram por não acreditarem que vai haver melhorias no futuro.