I SÉRIE — NÚMERO 6
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O Sr. António Costa Silva (PSD): — Este Governo e os seus apoiantes mantêm aquela velha máxima da
estratégia da distração do Noam Chomsky utilizada pela esquerda, que passo a citar: «O elemento primordial
do controlo social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas e
das mudanças decididas pelas elites políticas e económicas, mediante a técnica do dilúvio, ou da inundação, de
contínuas distrações, de informações insignificantes.»
Isto é precisamente o que os senhores fazem no nosso País. É essa a realidade! Distraem as pessoas para
não conhecerem a realidade do País. Fantasiam com mitos, Sr. Ministro, os tais mitos que já aqui foram
referidos.
Na realidade, o País cresceu menos do que no ano passado — é simples, não há nada que o desminta. E
0,9, todos sabem, é inferior a 1,5. É ou não é? A aritmética é uma coisa simples, que eu saiba! Temos um País
estagnado, Sr. Ministro. Temos um País em stand by, graças a vocês!
E mais: as exportações, como todos sabem, têm tido quebras sucessivas e constantes, infelizmente para o
nosso País. O investimento não cresce — esta é a verdade realista. O investimento público quebrou 27%.
Protestos do PS.
Os senhores estão mansos, é verdade!… O investimento público diminuiu 27%. E não estamos a comparar
com as projeções macroeconómicas que os senhores fizeram há um ano em plena campanha eleitoral, mas,
sim, com o Governo anterior. Nós não estamos a comparar com o Orçamento do Estado para 2016, mas com a
realidade do ano anterior. O investimento público quebrou 27%. Os senhores acalmaram, é verdade.
Sr. Ministro, na verdade, os senhores não acertam uma! Sabem por que é que o País não cresce e por que
é que os investidores fogem de Portugal? É simples: porque os senhores os afugentam — essa é que é a
realidade. E afugentam por muitas razões. Por exemplo, os senhores não pagam aos comerciantes através do
Comércio Investe. Eles realizaram os seus investimentos e estão à espera de receber. Isso é verdade, Sr.
Ministro. Tenho tido oportunidade de receber muitos.
Sr. Ministro, já agora, no que respeita aos fundos comunitários — o senhor veio falar, ainda há pouco, do PO
SEUR —, o relatório de execução do Portugal 2020, em relação ao primeiro semestre deste ano — resultado
vosso —, o que é que nos diz? Taxa de execução dos fundos: 6,5%.
Mais: se lhe retirarmos o PDR 2020, estamos com uma taxa de execução de 4,5% — tão brilhante como
aquela que os senhores tinham em 2009 com aquele famoso Governo! Tão brilhante como a que os senhores
tinham nessa altura! É essa a taxa de execução que nos deixam.
Já agora, sabe qual é a taxa de execução do PO SEUR no domínio da sustentabilidade? Zero, Sr. Ministro!
Zero! Esta é que é a realidade que nós temos.
Sr. Ministro, no domínio da competitividade, que o senhor tutela, sabe qual é a taxa de execução, ou seja,
despesa apresentada, tudo validado como deve ser? É de 2,5%! Essa é a realidade!
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: — Sabe porquê?
O Sr. António Costa Silva (PSD): — E projetos para as PME do interior até 100 000 €? Nada, Sr. Ministro,
não temos nenhum, nomeadamente no âmbito do DLBC (Desenvolvimento Local de Base Comunitária)! Essa é
a verdade!
Olhe, Sr. Ministro, para terminar só lhe quero dizer o seguinte: façam alguma coisa por Portugal,…
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, já ultrapassou largamente o seu tempo.
O Sr. António Costa Silva (PSD): — … porque a situação está dramática e os senhores escondem a
realidade sem vergonha nenhuma.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Hortense Martins.