I SÉRIE — NÚMERO 6
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dizer estar a desacelerar —, embora se mantivesse com crescimentos positivos, tal como hoje se mantém, mas,
depois de uma desaceleração, tivemos, no segundo trimestre, uma melhoria do crescimento face ao primeiro
trimestre, o que dá alguma esperança de aceleração. E os dados do terceiro trimestre são também positivos,
dando também indicações de que pode estar a haver um aumento do ritmo de crescimento, mas ainda um ritmo
de crescimento mais baixo do que desejaríamos.
Os dados hoje publicados no relatório de competitividade do Fórum Económico Mundial são dados que nos
preocupam a todos, obviamente, mas são dados que, a serem uma crítica a alguém, sê-lo-iam aos últimos anos.
Aplausos do PS.
Protestos do Deputado do PSD Jorge Paulo Oliveira.
Quem leia o relatório de competitividade com alguma atenção, percebe que os dados utilizados nesse
relatório são de 2014 e de 2015. Por exemplo, o relatório de competitividade assinala um fator de pioria da
competitividade com a diminuição do número de alunos no ensino superior, algo em que Portugal recua seis
posições, mas são usados dados de 2014 que comparam negativamente com os dados de 2013. Acho que em
2014 este Governo ainda não estava em funções.
Aplausos do PS.
Os dados da dívida pública, do défice e de vários outros indicadores são, em geral, ou de 2014 ou de 2015
e não são todos negativos, graças a Deus, como, aliás, o score registado não diminui. Mas, de facto, há um
recuo de algumas posições, que repete o recuo já verificado no ano anterior, e parece-me que, em relação ao
relatório baseado em dados de 2014 e de 2013, ainda é mais difícil este Governo ter alguma responsabilidade.
Passo a salientar quatro sinais de confiança que foram ignorados, eventualmente por falta de tempo, no
discurso do Sr. Deputado Luís Campos Ferreira.
O primeiro é o do aumento do investimento estrangeiro produtivo.
Se compararmos o primeiro semestre de 2015 com o primeiro semestre de 2016, o que temos é um aumento
de 70% do investimento na indústria. Repito: temos um aumento de 70% do investimento na indústria
transformadora. Estamos a falar de investimento produtivo que cria capacidade e que cria emprego.
O investimento aumentou 70% na indústria e aumentou até mais o investimento direto estrangeiro líquido em
vários outros serviços — por exemplo, aumentou 60% no imobiliário —, ou seja, aumentou em todos os setores
exceto num. Qual foi o único setor em que não aumentou o investimento direto estrangeiro? Foi no setor das
telecomunicações, porque no primeiro semestre do ano passado houve a compra da PT pela Altice, o que
representou uma enorme entrada de dinheiro em Portugal, sim, mas foi uma enorme entrada de dinheiro para
comprar ativos já existentes, e, portanto, não criou, de imediato, empregos e mais capacidade produtiva. Este
foi o investimento estrangeiro que caracterizou os últimos anos.
O Sr. BrunoDias (PCP): — Eles querem lá saber disso! Isso não interessa nada!
O Sr. Ministro das Economia: — O investimento estrangeiro no primeiro semestre deste ano foi investimento
produtivo e o aumento de 70% do investimento estrangeiro na indústria transformadora é um bom sinal disso,
sendo que há vários projetos concretos, novos, a começarem, como o da Continental, como o da Bosch ou como
o da Renault, anunciado ainda ontem, de 150 milhões. O da Renault foi anunciado ontem, Sr. Deputado Luís
Campos Ferreira. Deve vir de trás, portanto.
Além disso, houve o aumento de 7% do investimento das empresas, que já foi referido, e o aumento da
criação de emprego, 89 000 empregos, também foi um fator positivo, tal como a enorme aceleração da procura
de fundos estruturais teve também um efeito positivo.
O único investimento que realmente baixou foi o público. Aí os Srs. Deputados têm razão, o investimento
público baixou, mas penso que conhecem os procedimentos concursais para lançar investimento público e
percebem que, para lançar investimento público, demora tempo.