7 DE OUTUBRO DE 2016
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A Sr.ª Margarida Mano (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Luís Monteiro, não sei onde é que o Sr.
Deputado estava em 2010, mas sei onde eu estava. Não estava aqui, estava a acompanhar um País que parecia
viver uma realidade absolutamente irreal.
Também não sei se o Sr. Deputado ouviu aquilo que eu disse, mas, se ouviu, saberá que a proposta de uma
lei de bases, a apresentar pelo PSD, será sempre uma proposta depois de um consenso e de um estudo que
está a ser trabalhado e que vai colocar a ferida em aspetos muito mais relevantes do que aqueles que estão na
espuma dos dias.
O que é que eu quero dizer? Falei na educação especial, falei na formação profissional, falei no ensino do
Português. Portanto, estar a falar de propinas na discussão da Lei de Bases parece-me absolutamente
descabido, sobretudo porque, se ouviu o que eu disse, sabe que o princípio da gratuitidade como o princípio da
universalidade…
Neste momento, o Deputado do BE Luís Monteiro exibiu um documento.
Não sei o que é que o Sr. Deputado está a mostrar. Isso pode funcionar para as televisões, mas penso que
não é sério!
Aplausos do PSD.
Eu também tenho aqui papéis para mostrar, mas não me parece que acrescentem muito face àquilo que é o
debate.
Os princípios que estão definidos constitucionalmente e os princípios que estão na Lei de Bases naturalmente
que só poderão ser alterados ou só poderão ser assumidos com um largo consenso. Essas são as regras da
democracia e não penso que alguém vá querer alterar a democracia. Pelo menos, ninguém vai querer ser
antidemocrático no PSD.
Portanto, quando o Sr. Deputado fala na gratuitidade que está consagrada do ponto de vista do ensino básico,
9 anos antes, agora 12, o que penso que estará a tentar fazer é levantar alguns fantasmas que eu não conheço
nem pretendo conhecer.
O PSD estará de forma séria no debate da Lei de Bases que, como espero ter ficado claro da minha
intervenção, é uma lei demasiado séria e demasiado importante para o futuro não só das crianças e dos jovens
de hoje mas, sobretudo, para os dos próximos anos, porque ninguém acredita que uma lei de bases — eu, pelo
menos, tenho muitas dúvidas — não dure, pelo menos, uma década.
Portanto, penso que é um debate demasiado sério para podermos estar — pelo menos, da minha parte não
o farei — a ostentar soundbites para as televisões e para os jornais.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Luís Monteiro (BE): — Sr. Presidente, peço a palavra para uma interpelação à Mesa.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr. Deputado, presumo que seja sobre o andamento dos trabalhos.
O Sr. Luís Monteiro (BE): — Sr. Presidente, pretendo pedir a distribuição de um documento.
Possivelmente por desconhecimento, a Sr.ª Deputada Margarida Mano não conhece as propostas do PSD
do passado em relação à educação, pelo que peço à Mesa que distribua uma notícia do Jornal de Negócios,
datada de 20 de maio de 2010, onde Passos Coelho diz que saúde e educação tendencialmente gratuitas é
irrealista.
Peço, pois que a Mesa diligencie no sentido da distribuição do documento.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr. Deputado, faça o favor de entregar o documento na Mesa para que
seja distribuído.
Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Joana Mortágua.