8 DE OUTUBRO DE 2016
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A ideologia está sempre presente e o Sr. Deputado identificou o aspeto essencial do debate ideológico, que
é a questão dos direitos, é olhar a integração das pessoas com deficiência como uma questão de direito de
cidadania. Essa é a questão fundamental deste debate.
Aplausos do PS e do BE.
Naturalmente que isto não impede nem contraria o trabalho com as instituições sociais e temos o orgulho de
dizer que fizemos recentemente acordos com o conjunto das instituições sociais para reforçar a sua capacidade
precisamente na área da deficiência, para abrir centros ocupacionais que tinham sido fechados pelo anterior
Governo.
Aplausos do PS.
Esses acordos estão escritos, são públicos e são reconhecidos.
Protestos do PSD.
Não é contraditório a defesa dos direitos com o apoio às instituições sociais e ao movimento social.
Sr. Deputado, como o tempo é escasso e eu queria que a Sr.ª Secretária de Estado da Inclusão das Pessoas
com Deficiência pudesse desenvolver alguns pontos que foram aqui colocados, apenas direi que, relativamente
às questões do trabalho, há dois aspetos fundamentais que queremos resolver no curto prazo. Um deles é
regulamentar o Código do Trabalho na área das pessoas com deficiência, coisa que ainda não foi feita e que dá
resposta a muitas das questões que aqui foram identificadas. O outro é impedir um dos maiores obstáculos ao
acesso ao trabalho, que é o facto de, muitas vezes, os rendimentos do trabalho serem contraditórios com os
rendimentos das prestações sociais, o que faz com que as pessoas com deficiência tenham de optar entre o
acesso ao trabalho, por vezes, com níveis de sustentabilidade difícil, e a prestação social. Vamos ultrapassar
essa questão e vamos também, dessa forma, garantir que o direito ao trabalho seja um direito que
concretizaremos para as pessoas com deficiência.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem, agora, a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Secretária de Estado
da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes, a quem cumprimento pelo valor do seu exemplo
pessoal.
Aplausos do PS, do BE e do PAN.
A Sr.ª Secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência (Ana Sofia Antunes): — Sr.
Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Começo por cumprimentá-los a todos. Uma vez que o Sr. Ministro, na sua
intervenção, começou por fazer uma panorâmica, ainda que não muito bem compreendida por alguns, daqueles
que foram os tópicos nos quais já conseguimos pegar ao longo deste quase um ano de mandato e daqueles
outros em que nos encontramos a trabalhar afincadamente para conseguirmos apresentar rapidamente
resultados sólidos, peço agora que me permitam concentrar essencialmente sobre dois pontos, que suscitam
dúvidas relevantes e às quais procurarei responder: a prestação social para as pessoas com deficiência ou
incapacidade e os movimentos de apoio à vida independente.
No que se refere à prestação social para as pessoas com deficiência ou incapacidade, sabemos que o modelo
atualmente em vigor é complexo, com um conjunto muito diversificado de prestações que visam fazer face a
situações muito diversas de dependência, de diferentes momentos em que a pessoa pode encontrar-se ao longo
da sua vida, sendo que muitas delas carecem de revisão profunda, uma vez que se reportam já há alguns anos.
É nesse sentido que estamos a procurar rever esta medida, não apenas por entendermos que as pessoas
com deficiência não devem ser oneradas com a carga de terem de ser elas, ao longo da sua vida, a terem de
andar a requerer diferentes prestações, mas também por entendermos que devemos passar essa