I SÉRIE — NÚMERO 10
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hoje o fizeram —, devo fazer notar que, para os senhores, aparentemente, os factos contam pouco para o debate
político. Mas, ainda assim, vale a pena tentar enumerar, recordando, alguns factos: ao fim de quatro anos de
governação PSD/CDS, tinham já sido incluídos cerca de 700 professores de educação especial no quadro. Mais:
segundo os dados disponibilizados pela Direção-Geral de Estatística da Educação e Ciência, a verdade é que
aumentaram os docentes de educação especial em desempenho de funções nas escolas públicas. Mas quando?
Nos anos do Governo PSD/CDS!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Bem lembrado!
A Sr.ª Ilda Araújo Novo (CDS-PP): — Números: no ano letivo de 2010/2011, tínhamos um total de 5242
docentes em funções; em 2015/2016, esse número passou para 6797. Mas só entre os anos letivos de
2014/2015 e 2015/16 o aumento foi de 12,7%, ou seja, passou de 6031 para os referidos 6797.
Preocupante, preocupante mesmo, é que o atual Governo, perante escolas que solicitam o reforço de
docentes de educação especial baseados em fatores vários — como, por exemplo, em caso de redução de
horário de que os docentes especializados passaram a usufruir ou de dispensa da componente letiva —, não
valide nem os pedidos nem os horários ainda que seja chamado a intervir com a antecedência que a
previsibilidade das situações permite.
Porém, quanto a esta matéria, a verdade é que já não se ouvem lamentos indignados da parte das vossas
bancadas.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — É verdade! Quem os viu e quem os vê!
Protestos da Deputado do BE Joana Mortágua.
A Sr.ª Ilda Araújo Novo (CDS-PP):— A educação especial não é um tema ideológico, a educação especial
é um dos pilares do nosso sistema educativo e, ainda assim, continua a haver barreiras à inclusão,
nomeadamente no ensino superior.
O CDS-PP, na anterior Legislatura, estudou e pensou na necessidade de concretizar a articulação entre as
escolas secundárias, as universidades e os institutos politécnicos quanto aos alunos com necessidades
educativas especiais que prosseguem estudos e que entram pelo contingente especial, ou não, e quer que seja
colmatado o vazio legal que existe no que toca aos apoios a esses estudantes. Este é um problema que subsiste
e urge resolver. Devo perguntar: esta matéria faz ou não parte das vossas preocupações? E, já agora, como
pensam que podem contribuir para a resolver?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado André Silva.
O Sr. André Silva (PAN): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Ministro, Srs. Secretários de Estado:
Antes de mais, quero saudar o Bloco de Esquerda por trazer este tema a debate, o qual nos convoca a refletir
acerca da desigualdade e discriminação que assolam ainda muitos de nós.
Em Portugal, existe cerca de 1 milhão de pessoas com algum tipo de deficiência ou incapacidade.
Reconhecemos as deficiências e incapacidades como realidades complexas e que cruzam diferentes aspetos
sociais, políticos e comunitários. Por isso, apesar do conjunto de políticas já existentes, consideramos que o
Estado tem de desenhar uma estratégia mais ambiciosa e de longo prazo para a transformação estrutural da
situação e condições de vida das pessoas com deficiência e incapacidades e de uma forma mais individualizada
e especializada. Há que trilhar este caminho necessário na procura da transversalidade e inclusão nas políticas
e nas práticas para todos, de igual modo.