I SÉRIE — NÚMERO 11
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O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Portugal tem hoje um
problema no seu modelo de desenvolvimento económico. No primeiro semestre de 2016, Portugal cresceu
menos de 1%, comparado com um crescimento acumulado de 1,6% em 2015. Crescemos menos até do que a
União Europeia, o que nos coloca de novo a divergir, o que nos coloca de novo mais longe do crescimento e do
desenvolvimento económico que nos foi prometido, efetivamente, por este Governo apoiado às esquerdas.
Aliás, foi hoje mesmo que o Governo anunciou que baixou a estimativa de crescimento económico para 2016.
E, de todas as variáveis, a que está a correr pior é a variável do investimento. A previsão do investimento para
este ano era a de que o investimento deveria crescer 4,9%, mas a verdade é que, no primeiro semestre, caiu
2,7%, o que dá um diferencial de 7,6% face ao previsto.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Não fala da UNICER? Porquê?!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Tem alguma coisa para dizer? Vá ao Ministério Público ou cale-se!
Seja homenzinho!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — O que Portugal tem de fazer é captar investimento, atrair
investidores, granjear, dentro e fora das fronteiras, capitais. Por isso mesmo, nós, no CDS, ao contrário das
bancadas mais à esquerda, sempre dissemos que faz sentido a existência de projetos próprios, que faz sentido
contratualizar apoios específicos, que faz todo o sentido contratualizar incentivos precisos às empresas e aos
investidores.
Muitas vezes é isso que faz a verdadeira diferença no momento de investir.
Os projetos PIN fazem sentido; fazem sentido se forem contratualizados os apoios e os objetivos, fazem
sentido se forem contratualizados os incentivos, mas também as metas.
Protestos do Deputado do PCP Jorge Machado.
Isto é duplamente importante no interior do País, pois sabemos que em muitas zonas é ainda mais difícil
captar investimento.
É ainda cedo para fazer a avaliação total deste projeto, porque o que está previsto no contrato de investimento
é que esta avaliação seja feita no final de 2017.
Risos do PCP.
De qualquer forma, já é possível dizer o seguinte: para um investimento que estava previsto ser de 54 milhões
de euros já foram investidos 85 milhões de euros, isto é, um montante superior ao que estava contratualizado.
Relativamente à previsão da criação ou manutenção de 278 postos de trabalho, neste momento o que este
projeto está a assegurar são 298 postos de trabalho, isto é, um número superior ao que estava previsto no
investimento inicial. Por isso mesmo, cá estamos para fazer, efetivamente, a avaliação e para a fazer em cada
um dos seus tempos, nomeadamente nos que estavam contratualizados.
Sr. Presidente, para terminar, quero dizer que há um paradoxo que não podemos deixar de assinalar aqui,
hoje. De facto, é verdade que houve em 2010 uma alteração neste projeto.
Vozes do PCP e de Os Verdes: — Em 2012!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — A grande alteração que houve neste projeto foi a contratualização
com o Estado para, em vez de se construir um hotel, se fazerem casas ecológicas, casas ambientalmente
sustentáveis, casas que, curiosamente, receberam todos os prémios da especialidade.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): – Casas pintadas de verde!