I SÉRIE — NÚMERO 15
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Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o País precisa de um mercado de arrendamento porque só ele nos
oferece alternativas de acesso à habitação. A nossa obrigação era continuar o trabalho para lhe dar maior fôlego,
até porque, por definição, o mercado de arrendamento é mais ágil e mais dinâmico do que o mercado de
habitação própria. Mas o que o PCP e as demais bancadas da esquerda querem é a reversão das políticas de
arrendamento, que não representa mais do que um desastroso retrocesso civilizacional.
Protestos do PCP.
Nenhum país da Europa se dá ao luxo de congelar o mercado de arrendamento. Nenhum país do mundo
consegue facilitar o acesso à habitação sem mercado de arrendamento e os Srs. Deputados do Partido
Comunista estão a destruí-lo.
Aplausos do PSD.
Protestos do Deputado do PCP Bruno Dias.
Com este diploma, que hoje sujeitam a discussão, os senhores não estão a defender uma alternativa, nem
uma nova geração de políticas de habitação, nem estão a defender os pobres, nem os inquilinos, como aqui
querem parecer. Estão, sim, isso sim, a pôr em causa o cumprimento do direito à habitação consagrado na
nossa Constituição, ao contrário do que tanto defendem.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, termino com o reforço de três ideias-chave que marcam a posição do
PSD neste debate: o PSD quer um mercado de arrendamento urbano verdadeiramente dinâmico que dê vida
às cidades e seja uma alternativa à compra de casa; o PSD rejeita obrigar os privados a fazerem de segurança
social; o PSD — e todo o País — repudia a utilização de matérias tão sensíveis como esta, como é o caso do
direito à habitação, para aproveitamento de qualquer prime time da agenda política e mediática.
Aplausos do PSD e da Deputada do CDS-PP Teresa Caeiro.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Paula Santos.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Emília Santos, quanto à intervenção que acabou
de proferir, o que constatamos é que se tratou simplesmente de um conjunto de declarações sobre processos
de intenções, de atoardas ao PCP,…
O Sr. António Filipe (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — … que consideramos ser profundamente lamentável, mas essas suas
afirmações…
A Sr.ª Emília Santos (PSD): — Só verdades!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — … ficam consigo e somente consigo e com a sua bancada.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Emília Santos (PSD): — Não, ficam com os portugueses!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr.ª Deputada, o motivo pelo qual o PCP agendou este debate deve-se, de
facto, à preocupação que tem com as pessoas, preocupação essa que não vi manifestada numa única linha da
sua intervenção. Teceu um conjunto de argumentos, de falsidades, de pretextos, falou das vantagens e das
grandes melhorias que a vossa lei do arrendamento trouxe ao País, mas, Sr.ª Deputada, nós, no PCP, trazemos
somente problemas concretos.