21 DE OUTUBRO DE 2016
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Acabar com uma lei injusta criada pelo Governo que mais atacou os direitos fundamentais das populações é
importante e, felizmente, estamos no bom caminho para tal.
Não é possível continuar a regular em favor do mercado de arrendamento, deixando de lado políticas públicas
de integração, de habitação e de reabilitação, que foi o que foi feito nos últimos anos.
Fazer caminho para alterar a lei em discussão é também fazer caminho para haver um planeamento urbano
que chame de novo as populações para os centros das cidades, com rendas acessíveis a todos e a todas, coisa
que não existe atualmente devido à lei aprovada pelo anterior Governo, e isto é absolutamente real, não vale a
pena fugir aos factos.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Sandra Pereira.
A Sr.ª SandraPereira (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Já se falou aqui muito de
arrendamento urbano, já se assistiu aqui a muitas trocas de argumentos e já se cometeram aqui muitas
imprecisões.
Nunca será demais referir que, quando o anterior Governo tomou posse, o estado da arte da habitação
consistia em mais de 700 000 fogos devolutos, num parque habitacional degradado, com um terço do mesmo a
necessitar de reabilitação e com proprietários sem meios adequados de proceder à sua conservação, em
famílias estranguladas financeiramente, endividadas com a aquisição de habitação própria, num mercado de
arrendamento praticamente inexistente, sem procura e sem oferta, e nas cidades despovoadas. Era este, Sr.as
e Srs. Deputados, o diagnóstico da situação.
O Sr. JorgePauloOliveira (PSD): — É verdade!
Protestos da Deputada do BE Isabel Pires.
A Sr.ª SandraPereira (PSD): — Foi esta a situação que o Governo anterior herdou. E a verdade dos factos
é que foi o anterior Governo que teve coragem para promover uma autêntica reforma, e a bancada do PSD,
naturalmente, tem muito orgulho nisso e sente-se absolutamente confortável com isso. Uma reforma, Sr.as e Srs.
Deputados, que estava a dar sinais de cumprir os objetivos a que se destinava: aumentar a oferta de
arrendamento, dinamizar o mercado e incentivar a reabilitação urbana.
Mas, Sr.as e Srs. Deputados, não nos vamos deter no passado, vamos falar do futuro. Os senhores vêm
agora prorrogar o regime transitório de 5 para 10 anos com o argumento da proteção social aos inquilinos
carenciados, como se o anterior Governo não tivesse cuidado disso?!
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Exatamente!
A Sr.ª Sandra Pereira (PSD): — Primeiro, quando apresentámos aqui, nesta Casa. a reforma, fomos
acusados pelos senhores de não apresentar juntamente um modelo de proteção social que assistisse os
inquilinos findo o período transitório. Lembram-se?
A Sr.ª Emília Santos (PSD): — É isso mesmo!
A Sr.ª Sandra Pereira (PSD): — Esse modelo, Sr.as e Srs. Deputados, existe, também o fizemos aprovar. É
o subsídio de renda que os senhores parecem querer ignorar, e que foi instituído pelo então Ministro Jorge
Moreira da Silva,…
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Exato!
A Sr.ª Sandra Pereira (PSD): — … que, no caso de carência económica, financia a diferença entre a
atualização da renda e o montante que resulta da taxa de esforço que se aplica atualmente. Ou seja, Sr.as e Srs.