I SÉRIE — NÚMERO 15
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… o BE veio a reboque, com uma estratégia partidária exclusivamente agarrada à manutenção do poder;…
Protestos do BE.
… e o Partido Socialista prestou-se a uma escandalosa incoerência política para entrar numa espécie de
procissão doutrinária liderada pela esquerda radical, com um único objetivo — o da contrapartida política.
Aplausos do PSD.
Por tudo isto, é com profunda tristeza que sou levada a reconhecer, perante todos os portugueses, que
terminamos este debate mais pobres do que o iniciámos, o que não se concebe, de facto, em qualquer
democracia.
Sr.as e Srs. Deputados: Um Parlamento que se orgulha da sua missão trabalha no presente para construir o
futuro. Um Parlamento consciente de si mesmo tem a clara noção de que representa os interesses dos
portugueses e jamais os interesses deste ou daquele partido. O problema põe-se quando alguns partidos e
membros desta Câmara confundem interesses públicos com interesses partidários e confundem representação
popular com a mera popularidade do representante.
É isso que acontece com a iniciativa legislativa que esteve na base deste debate: um diploma que vem
prorrogar por 10 anos o prazo de aplicação do Novo Regime de Arrendamento Urbano para três tipos de
arrendatários já aqui identificados.
Protestos do PCP.
O PCP identifica situações que, no seu entender, merecem um apoio especial, mas retira a conclusão mais
intelectualmente desonesta que esta Assembleia já viu nos últimos anos.
Protestos do Deputado do PCP Bruno Dias.
Não pode o PSD, um partido que vela por toda a sociedade e não apenas pelo seu eleitorado, deixar de o
denunciar hoje, aqui!
Aplausos do PSD.
Vejamos o seguinte, Sr.as e Srs. Deputados: se houver uma verdade intemporal na política portuguesa essa
verdade é a de que o PCP é um partido coerente; o mesmo significa dizer que nunca muda de opinião.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não é isso que é coerência!
A Sr.ª Emília Santos (PSD): — O pior é que não muda de opinião, mas muda de conveniência!
Aplausos do PSD.
Protestos do PCP.
E quando muda de conveniência reza para que a memória política dos portugueses seja curta, Srs.
Deputados. O PCP quer hoje um mercado de arrendamento cristalizado, mas há 10 anos, pela voz da Deputada
Odete Santos, veio aqui exigir um mercado de arrendamento dinâmico.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Essa era outra situação!
A Ser.ª Emília Santos (PSD): — Ou seja, há 10 anos, com o Partido Socialista no poder, o importante era
travar o Novo Regime de Arrendamento Urbano, porque, como dizia a Deputada Odete Santos num debate que