I SÉRIE — NÚMERO 15
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Deputados, o aumento das rendas — os senhores não vão gostar de ouvir isto, mas é verdade! —, findo o
período transitório, não tem qualquer impacto nos arrendatários.
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Exatamente!
A Sr.ª Sandra Pereira (PSD): — Se os senhores utilizarem o subsídio de renda não tem qualquer impacto
nos arrendatários.
Aplausos do PSD.
Se os senhores querem pôr os proprietários a fazer política social, substituindo-se ao Estado, isso é outra
coisa, mas que fique claro que isso resulta não da ausência de instrumentos mas, sim, de uma opção política,
deliberada e ideológica, de onerar os proprietários com funções que são do Estado.
Aplausos do PSD.
Sr.as e Srs. Deputados, o subsídio de renda está aí, está previsto na lei. E eu pergunto: por que é que não
fazem uso dele? Por que é que não querem pagar o subsídio de renda? Não compreendemos!
Só podemos concluir que o PCP e, por arrasto, o Partido Socialista e o Bloco de Esquerda não estão nada
preocupados com os inquilinos, porque com o subsídio de renda a funcionar, volto a repetir, estes estão
protegidos contra os aumentos de renda.
O que será, então? Os senhores querem mesmo é prejudicar os proprietários, porque os senhores têm uma
agenda ideológica e o PCP tem um complexo inultrapassável contra a propriedade privada que, mais uma vez,
vem aqui reiterar. Os senhores partem do pressuposto de que todos os proprietários são ricos e isso não é
exatamente assim.
Mas, Sr.as e Srs. Deputados, como se isto não bastasse, o Partido Socialista vem propor a reabilitação urbana
utilizando o dinheiro do Fundo de Estabilização da Segurança Social, o dinheiro das pensões, ou seja, vai
descapitalizar a segurança social para promover a reabilitação.
Mas o ridículo não fica aqui: chegamos ao Orçamento do Estado para 2017 e os partidos da esquerda radical
— veja-se! — propõem um aumento do imposto sobre o património de valor superior a 600 00 € justamente para
quê? Justamente para capitalizar a segurança social que descapitalizaram para fazer reabilitação urbana!
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — É uma falta de coerência!
A Sr.ª Sandra Pereira (PSD): — Isto é absolutamente incongruente, antagónico e, mais, não é sério.
Queria dizer que o Partido Socialista e esta maioria de esquerda, ao invés de governarem e oferecerem
soluções para o País, propõem-nos um regresso à casa de partida, como se estivéssemos no Monopólio. O que
o Partido Socialista e esta maioria têm para oferecer ao País é muito poucochinho. É poucochinho, Srs.
Deputados!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. BrunoDias (PCP): — Não sabe do que está a falar, Sr.ª Deputada!
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Diana Ferreira.
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Não foram só as famílias que foram
prejudicadas pela dita lei das rendas, que mais não foi do que a «lei dos despejos», criada por PSD e CDS,
também as coletividades de desporto, cultura e recreio sofreram os efeitos deste nefasto mecanismo que o
anterior Governo criou para facilitar o despejo.
Este prejuízo causado às coletividades e associações não teve impacto somente nestas entidades — e,
entretanto, muitas viram-se obrigadas a sair das suas sedes —, teve também consequências, e muito negativas,