I SÉRIE — NÚMERO 17
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Em relação à falta de maquinistas, que eu saiba, nos últimos meses, não houve redução de maquinistas! O
problema está a estabelecer-se agora, as condições da degradação da empresa ocorrem agora!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não é verdade! Os problemas não são de agora!
O Sr. Carlos Santos Silva (PSD): — Para terminar, Sr.ª Presidente, queria dizer apenas o seguinte: é muito
estranho que a CGTP esteja silenciada.
Protestos do PCP.
Com o vosso Governo, as coisas mudaram, mas para pior. Para os utentes, mudaram para pior! E não é só
nos dias de greve, é todos os dias!
Por isso, estranho muito este debate promovido pelo Bloco de Esquerda, estranho muito o silêncio e o falar
baixinho do PCP.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — A gente não fala baixo, o senhor é que não ouve!
O Sr. Carlos Santos Silva (PSD): — Estranho muito também o silêncio do Partido Socialista, que só fala
lateralmente. Mas ainda mais estranho a não participação da Câmara Municipal de Lisboa no debate sobre os
seus transportes.
Protestos do PCP.
A Assembleia da República está a pronunciar-se sobre este assunto, mas a Câmara de Lisboa ainda não
disse nada.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Mota
Soares.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado Heitor Sousa,
antes de mais, queria felicitar o Bloco de Esquerda por trazer este tema a Plenário, porque é, de facto, essencial
para os muitos portugueses que todos os dias se confrontam com o caos que é andar nos transportes públicos,
muito especialmente nas zonas urbanas.
Acima de tudo, o que essas pessoas querem saber é quando vão ver o seu problema ser solucionado.
Por isso mesmo, Sr. Deputado Heitor Sousa, há um ponto que não posso deixar de criticar na sua
intervenção. Quem, Sr. Deputado, em política, só sabe falar do passado, rapidamente passa a ser, ele próprio,
passado.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Isso é uma crítica ao PSD?
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Acho que é isso que está a acontecer hoje ao Bloco de Esquerda.
O senhor fala do caos nos transportes. Mas porque é que não refere, por exemplo, que o Sr. Ministro do
Ambiente diz que a falha nos bilhetes nos transportes de Lisboa foi um azar? Ou vai-me dizer que, afinal, a
compra de papel para emitir bilhetes é culpa de um Governo que já não está em funções há mais de um ano?
Sr. Deputado, quando vemos que as queixas dos transportes públicos estão a aumentar, e muito, e que neste
momento, em 2016, se devem acima de tudo à falta de pontualidade, às alterações de horários ou à supressão
de percursos, isso também tem a ver com governos anteriores?
Sr. Deputado, tínhamos uma autoridade, a autoridade de quem tinha uma solução. O senhor pode não
concordar com ela, mas tínhamos uma solução que passava, no caso de Lisboa, pela subconcessão do metro,
que iria permitir, até, uma poupança para os cofres públicos de 215 milhões de euros.