27 DE OUTUBRO DE 2016
53
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Várias vezes, nesta Câmara.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Sr.ª Presidente, vou concluir.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — A Mesa tem sido muito tolerante, mas, de facto, já ultrapassou
largamente os 3 minutos de que dispunha.
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Sr.ª Presidente, só lhe peço que seja também tolerante comigo. Muito
obrigado.
Sr. Deputado, queria fazer-lhe a seguinte pergunta: está o CDS preparado para vir trabalhar, com propostas,
para melhorar este Orçamento do Estado na especialidade, ou vai refugiar-se, tal como o PSD, numa abstenção
que não ajuda o País…
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Qual abstenção? Nós votamos contra!
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — … e que permite que, neste momento, uma parte significativa dos
portugueses não seja representada nesta discussão orçamental?
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra o Sr. Deputado João Pinho de Almeida para responder.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Eurico Brilhante Dias, ainda o
Governo não tinha apresentado o Orçamento do Estado na Assembleia da República e já o CDS tinha
apresentado propostas que poderiam melhorá-lo, porque, sendo propostas estruturais, obviamente que
poderiam entrar em qualquer Orçamento do Estado. Se o senhor não percebe… Eu sei que percebe, não sou
paternalista; o senhor foi-o, e eu dispenso-me de o ser, acho que não devemos ser paternalistas uns com os
outros… Mas o senhor percebe a diferença entre discutir questões específicas de um Orçamento do Estado e
discutir as grandes opções do Orçamento do Estado. Quando falamos de mapas, também não estamos a falar
de geografia, como calcula: quando falamos de mapas, estamos a falar de material que falta nos hospitais;
quando falamos de mapas, estamos a falar de pessoal que falta nas escolas; quando falamos de mapas,
estamos a falar de uma execução orçamental que, por alguma razão, este Governo quer esconder. Porque é
que será?
Imagine, Sr. Deputado, qual será a relação entre os problemas que todos os dias se verificam nos serviços
públicos e a dificuldade que o Governo tem em ser transparente com o Parlamento e em mostrar como é que
tem sido gasto o dinheiro do Orçamento do Estado neste ano? Qual é a relação entre os cortes que o Governo
tem feito e o dia a dia desesperante de quem trabalha nos serviços públicos e de quem a eles tem de recorrer?
Mas, mais, Sr. Deputado, a questão dos mapas não é uma obsessão do CDS. A questão dos mapas é
classificada pela UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental), que é uma unidade independente deste
Parlamento, como uma ilegalidade. Ilegalidade, Sr. Deputado!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora bem!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Portanto, como foi o Governo que cometeu uma ilegalidade,
conviria ter uma maior sensibilidade para a questão do que a que o Sr. Deputado manifestamente teve.
Mas vou dizer-lhe outra coisa. O Sr. Deputado disse que o aumento das pensões mínimas sociais e rurais,
decretado pelo Governo anterior, foi discricionário. Foi! Sabe porquê? Porque houve um governo antes do nosso