27 DE OUTUBRO DE 2016
51
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Não disse para si, mas para o PSD!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — … o que é normal na Sr.ª Deputada, mas, ainda assim, não é
verdade…
Sr.ª Deputada, vamos lá ver uma coisa: sobre fazer de conta, não eram precisas nem as suas perguntas nem
as minhas respostas, porque basta assistir àquilo que tem sido o comportamento do Bloco de Esquerda no
último ano.
Os portugueses, hoje em dia, se abrirem o dicionário e lerem a expressão «fazer de conta» vão encontrar a
sua cara e as dos seus colegas, porque fazer de conta é o que o Bloco de Esquerda anda a fazer há um ano.
Aplausos do CDS-PP.
O Bloco de Esquerda faz de conta que não faz parte de um governo. Senão diga-me…
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Não fuja às questões!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Eu não vou fugir às questões!
Sr.ª Deputada, diga-me: quantos beneficiários do complemento solidário para idosos existem agora e quantos
existiam quando o Governo de que o CDS fez parte cessou funções? Existiam mais com o nosso Governo do
que agora, Sr.ª Deputada! Não basta alterar a lei, é preciso que a lei tenha alguma consequência. E a
consequência da alteração que os senhores fizeram não fez com que os beneficiários do complemento solidário
para idosos aumentassem, mas com que diminuíssem. Veja lá o que é fazer de conta, Sr.ª Deputada!
Sobre escolas públicas, diga-me que escola pública fechou as suas portas durante a vigência do Governo
PSD/CDS por não ter funcionários?!
Protestos da Deputada do BE Mariana Mortágua.
Não é por causa da FRENPROF, Sr.ª Deputada. Por causa da FENPROF fecharam várias e agora não
fecham. Mas, sabe, a educação em Portugal não começa e acaba em Mário Nogueira; começa e acaba nos
alunos, começa e acaba nas famílias, começa e acaba nos professores.
Aplausos do CDS-PP.
Sr.ª Deputada, há mundo para além dos sindicatos e para além do Bloco de Esquerda, embora os senhores
tenham muita dificuldade em compreender isso. Há mundo para além de toda essa realidade, Sr.ª Deputada!
Sobre o seu imposto, o que eu queria dizer-lhe é que o problema não é sequer da ideia, o problema é que
ele é tecnicamente mau. Qualquer fiscalista lhe diz que o imposto é mau, está mal feito. Não é o objetivo do
imposto. Algum dia nos ouviu dizer que nos causava irritação? Nunca ouviu dizer isso.
Os senhores fizeram um número com este imposto para tentarem que o CDS viesse dizer que é classe média
aquilo que obviamente não é. Portanto, nunca nos ouvirão dizer que os que são atingidos por este imposto são
da classe média. Isso era o que os senhores queriam, achavam que iríamos cair na esparrela! Achavam que
estávamos irritados, mas nós não estamos irritados. Quem está irritado é quem está na situação vergonhosa
em que o Bloco de Esquerda, neste momento, se encontra, ou seja, está a defender tudo e o seu contrário.
Sr.ª Deputada, esclarecidas que estão as questões que colocou, lembro-lhe o seguinte: e quanto à Caixa
Geral de Depósitos?
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr. Deputado, vai ter de concluir rapidamente.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.
Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, ouvi a sua líder — confesso-lhe que ouvi com estupefação — dizer que iria
trazer ao Parlamento a questão dos salários da Caixa. Sr.ª Deputada, a questão dos salários da Caixa já foi