I SÉRIE — NÚMERO 17
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trazida ao Parlamento. Sabe quem a trouxe? Foi o CDS. Sabe o que aconteceu? Quando o CDS e o PSD
propuseram que os salários da Caixa não pudessem aumentar para o dobro, como aumentaram, os senhores
votaram com o PS.
Portanto, fazer de conta é dizer que se vai trazer à discussão no Parlamento o que já aqui esteve e que os
senhores impediram, porque votaram ao lado do PS.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para pedir esclarecimentos, em nome do Partido Socialista, tem a
palavra o Sr. Deputado Eurico Brilhante Dias.
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado João Almeida, deixe-
me dizer-lhe que a sua intervenção fez-me remeter, na História, para o momento em que nesta Câmara
discutimos os Orçamentos do Estado para 2012, para 2013, para 2014 e para 2015. Nesses momentos, as
pensões, as mínimas das mínimas, em Portugal foram aumentadas de forma discricionária, sem atacar a
pobreza, em, aproximadamente, 30 milhões de euros — entre 30 a 35 milhões de euros.
Neste Orçamento do Estado, as pensões aumentarão quase 190 milhões de euros, com o reforço do
complemento solidário para idosos.
Aplausos do PS.
Sr. Deputado, penso que o senhor tem um problema. Começou a sua intervenção a falar de mapas. Deixe-
me dizer-lhe que não sei se lhe hei de dar um mapa ou uma bússola para o senhor sair do nevoeiro dialético em
que acabou por apresentar a posição do CDS.
Protestos do CDS-PP.
A posição do CDS é a seguinte: os mapas são essenciais para perceber a trajetória orçamental. Mas depois,
passados 5 minutos, aliás, nem isso, 3 minutos, está a criticar as opções e os próprios números do Orçamento
para concluir, no fim, com propostas de alteração — sejam bem-vindas à discussão, pelo menos nisso é diferente
no que tem sido o papel do PSD! — sobre a base, que é este Orçamento do Estado.
Sr. Deputado, há uma questão que é essencial: os senhores falam de mapas, nós falamos de aumento de
pensões; os senhores falam de mapas, nós falamos do aumento do abono de família; os senhores falam de
mapas, nós falamos de reposição de rendimentos aos funcionários públicos; os senhores falam de mapas, nós
falamos da devolução da sobretaxa.
O CDS tem de vir a este jogo, mas tem de sair do nevoeiro em que se enredou e em que está a deixar-se
enredar pelo PSD. O PSD não quer discutir o Orçamento do Estado, como não quis discutir o Orçamento do
Estado para 2016, mas esse não foi o papel do CDS. O CDS veio a jogo com propostas.
Sr. Deputado, não se deixe enredar pela oposição fácil sem propostas e não se esconda atrás dos mapas.
Vamos fazer propostas e discutir o Orçamento do Estado, que é um Orçamento sério, que cumpre os
compromissos internacionais, que cumpre os compromissos nacionais, do País, e, mais, que permite também
ao CDS, coisa que não aconteceu no passado com o PS, participar no Orçamento, porque durante quatro anos,
quando o Partido Socialista veio a jogo, insistentemente as suas propostas foram sempre recusadas.
Quando oiço a Sr.ª Deputada Assunção Cristas dizer que o Grupo Parlamentar do PS e o Governo têm pouca
vontade em aceitar as propostas do CDS,…
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Têm, sim senhor!
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — … lembro-me bem de o Governo, nesta Câmara, durante quatro anos,
não aceitar propostas de nenhum partido da oposição.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Isso não é verdade! Seja sério!