28 DE OUTUBRO DE 2016
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Hoje, felizmente, é consensual a ideia de que estas mulheres e homens têm um papel incontestável no nosso
futuro e para colocarem Portugal na cena internacional.
Aplausos do PS.
Um dos principais obreiros desta transformação foi José Mariano Gago. Foi ele que introduziu avaliações
internacionais, criou a Ciência Viva, hoje imitada por esse mundo fora, apoiou todas as áreas do conhecimento,
quintuplicou o financiamento para a ciência e influenciou, de forma decisiva, a política europeia da ciência.
Por todas estas razões, e também pela sua inteligência, persistência, qualidades humanas e pelo muito que
ainda poderia ter feito, escolhemos o dia de seu nascimento para homenagear os milhares de «exploradores»
que continuam a avançar as fronteiras do conhecimento. Propomos que o dia 16 de Maio passe a ser
reconhecido como oDia dos Cientistas.
Aplausos do BE e do PS.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Monteiro.
O Sr. Luís Monteiro (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Saudamos a iniciativa do Partido
Socialista, que hoje nos traz aqui a proposta de criação do Dia do Cientista.
Não negamos, pelo contrário sabemos e conhecemos, o papel que a ciência teve ao longo dos séculos contra
o obscurantismo, pelo progresso e pelo desenvolvimento. Portugal não foi exceção.
Conhecemos as dificuldades da carreira científica, do mundo da ciência, que não é um problema do século
XXI, não é um problema do século XX, é um problema de há séculos.
Olhamos a ciência e temos uma visão sobre a ciência e sobre a carreira científica como a área daqueles que
nos trazem um espírito crítico com mais sabedoria e progresso.
Não esquecemos, também, ainda no século XX, o papel que a Academia teve contra o Estado Novo e a luta
pelo simples facto de poder ter o direito de produzir ciência, democracia produzir conhecimento.
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Muito bem!
O Sr. Luís Monteiro (BE): — Tivemos, também, uma revolução no País, em 1974, que foi um marco
fundamental para uma leitura diferente sobre o papel da ciência, sobre o papel do conhecimento e sobre o papel
que esta ciência e que este conhecimento têm na construção de um Estado moderno e democrático.
Não podemos, também, deixar passar em claro e, neste debate, as dificuldades por que a ciência e os
cientistas ainda hoje passam no País.
O problema de precariedade que hoje assiste aos investigadores científicos em Portugal não é um problema
menor e arrasta-se há décadas.
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Muito bem!
O Sr. Luís Monteiro (BE): — A questão das bolsas precárias, que são, na verdade, uma forma paralela de
desviar os cientistas de uma verdadeira carreira científica, necessita de uma resposta urgente que a nós nos
parece que ainda não está devidamente acautelada.
Vozes do BE: — Bem lembrado!
O Sr. Luís Monteiro (BE): — O atraso nas bolsas, que ainda na semana passada foi anunciado pela FCT
(Faculdade de Ciências e Tecnologia), é um problema grave e que o Bloco de Esquerda quer colocar neste
debate. Não podemos querer hoje um Dia do Cientista, quando, na semana passada, a FCT avisou que as
bolsas não são atribuídas em novembro, mas sim em fevereiro. É um problema que precisa de ser resolvido e
em relação ao qual o Bloco de Esquerda já tomou posição na Assembleia da República.