I SÉRIE — NÚMERO 20
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A tática é sempre a mesma. Aliás, a mesma não! Sabe qual é a tática? É a mesma que o senhor utilizou
entre 2005 e 2011 quando pertenceu a um Governo que fazia exatamente o mesmo exercício. E foi esse
Governo — o Sr. Ministro deve lembrar-se com certeza — que levou o País à bancarrota.
Quando o Sr. Ministro fala do passado, devia ter um pouco mais de pudor, devia ter um pingo de vergonha,
devia lembrar-se do mal que o seu Governo e o Partido Socialista fizeram ao País durante os cinco anos em
que governaram e levaram o País à bancarrota.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A tática é a mesma e, portanto, o Sr. Ministro tenta, dessa forma, confundir a realidade e baralhar os dados.
O Sr. Ministro fala de falta de projetos, mas sabe o que é que dizem os jornais? Dizem que neste ano o seu
Ministério cativou 430 milhões das verbas da Infraestruturas de Portugal pondo em causa a execução de uma
série de projetos que estavam em curso e cuja verba VV. Ex.as cativaram.
O Sr. HugoLopesSoares (PSD): — É verdade!
O Sr. LuísLeiteRamos (PSD): — Aliás, não cativaram — falo desses projetos de que o senhor tanto fala e
de que tanto se queixa da falha deles —, cortaram a verba e impediram a realização desses projetos, pondo em
causa a segurança e a conservação não só rodoviária mas também ferroviária, e V. Ex.ª esqueceu-se de referir
isso.
Sr. Ministro, pergunto: os 430 milhões que foram cortados no Orçamento deste ano à Infraestruturas de
Portugal vão voltar a ser repostos no próximo ano? O Sr. Ministro garante-nos que este não é o Orçamento do
faz-de-conta?
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, já ultrapassou o seu tempo. Peço-lhe que termine.
O Sr. LuísLeiteRamos (PSD): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Sr. Ministro, o que está orçamentado para a Infraestruturas de Portugal vai ser mesmo mantido ou, mais uma
vez, este é um Orçamento de propaganda?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado João Vasconcelos.
O Sr. JoãoVasconcelos (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, Sr.
Ministro, quem vai ao Algarve não pode continuar a pagar as portagens na Via do Infante, porque falamos de
uma região que não tem vias alternativas, tem uma via-férrea que mais parece do século XIX e, para além disso,
é a principal região turística do País.
As PPP (parcerias público-privadas) e muito em particular as rodoviárias são dos maiores cancros que têm
corroído a vida económica e social do País.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, já ultrapassou o seu tempo. Tem de terminar.
O Sr. JoãoVasconcelos (BE): — Vou já terminar, Sr. Presidente.
Segundo o Orçamento do Estado, estão previstos 1500 milhões de euros por ano para esta matéria.
Sr. Ministro, pergunto: quando pretende dar cumprimento às propostas e afirmações que fez o Sr. Primeiro-
Ministro, que reconheceu que a estrada nacional n.º 125 é um cemitério, não tem vias alternativas e admitiu
levantar o pagamento das portagens?
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.