I SÉRIE — NÚMERO 21
52
O problema é que ao dizer isto tudo e o seu contrário, a direita fala de um país que não existe e para um país
que não existe. E é isso que representa no debate sobre as pensões: um país inexistente!
Este é um Orçamento difícil para a oposição na exata medida em que exprime o sucesso desta maioria. A
oposição falhou e não há plano B nem nenhum outro que a reoriente.
Aplausos do PS.
O Orçamento também aqui dá continuidade à estratégia de um Governo que cumpriu, que cumpriu com o
País, que cumpriu com a classe média, que cumpriu com os trabalhadores, que cumpriu com o Estado social,
que cumpre com os pensionistas que foram dilacerados pelo radicalismo do PSD e do CDS, que estão hoje
claramente desorientados. Eles passaram daquela fase em que diziam que o País estava melhor e que os
portugueses é que estavam pior e ainda não tinham percebido que o País estava melhor, para aquela fase em
que, medido em padrão direita A e padrão direita B, o País hoje em dia está pior, os portugueses estão melhor
e ainda não perceberam que o País piorou com esta governação.
Aplausos da Deputada do PS Sónia Fertuzinhos.
Srs. Deputados, creio que os portugueses não vos acompanham nessa vossa autoavaliação.
Eis, então, que chegamos às pensões e às propostas que nos apresentam. Ainda pensei que houvesse
algum lapso, mas não, não há nenhum lapso. PSD e CDS querem mesmo aumentar pensões.
Srs. Deputados, seguindo as vossas referências bíblicas, deixem-me que vos diga que o Orçamento do
Estado não serve para expiar os vossos pecados.
Risos de Deputados do PS.
Srs. Deputados, PSD e CDS, que entregaram um PEC em Bruxelas com um corte de 600 milhões de euros
nas pensões a pagamento já este ano…
Protestos do PSD e do CDS-PP.
… — e não é mentira, podemos distribuir o quadro que mostra essa proposta no Plano de Estabilidade e
Crescimento —, querem aumentar as pensões depois de terem proposto um corte de 600 milhões de euros?!
O PSD e CDS, que, segundo o vosso próprio Programa do Governo, chumbado nesta Assembleia da
República, queriam manter congeladas as pensões contributivas, querem hoje aumentar as pensões?
Aplausos do PS.
A Sr.ª Susana Amador (PS): — Muito bem!
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — O PSD e CDS, que queriam privatizar, de forma parcial, a segurança
social, chamando-lhe plafonamento, querem hoje falar de repartição contributiva?
O PSD e CDS, que cortaram no complemento solidário para idosos e com isso aumentaram a pobreza entre
idosos pela primeira vez em muitos anos no nosso País, vêm hoje falar de pobreza entre idosos?
Srs. Deputados, ficam com a vossa incoerência, ficam com a vossa demagogia, mas esta maioria e o Partido
Socialista não vos acompanham na vossa demagogia.
Aplausos do PS.
Connosco a fórmula passa a ser atualizada, depois do congelamento que os senhores fizeram, e há uma
correção da fórmula do 1.º escalão, protegendo assim da inflação quase 90% das pensões. Mas fazemos mais:
teremos uma atualização extraordinária de 10 € para 1,5 milhões de pensionistas que tiveram as pensões