25 DE NOVEMBRO DE 2016
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A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Este Orçamento tem os constrangimentos europeus, tem a marca do peso
da dívida, mas não esconde o processo de negociação dura, à esquerda, que o trouxe até aqui e tem,
certamente, de forma assumida e com orgulho, a marca do Bloco de Esquerda.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Almeida, do Grupo
Parlamentar do CDS-PP.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs.
Deputados: O CDS classificou, no debate na generalidade deste Orçamento, este exercício como incoerente,
inconsistente e eleitoralista.
Naturalmente que, partindo daqui, não é possível chegar ao final deste debate na especialidade com um bom
Orçamento para o País. Isso não acontecerá.
Mas, este ano, como, aliás, no ano passado, o CDS não se demite da missão responsável de representar
neste Parlamento todos aqueles que em nós confiaram em termos eleitorais e que, naturalmente, não se reveem
neste exercício orçamental feito pelas esquerdas, pelo Governo do Partido Socialista com o apoio que lhe dão
o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda.
Sobre este apoio, devo dizer que foi clara a vergonha que têm no mesmo, porque se o Bloco de Esquerda e
o PCP tivessem orgulho no trabalho que tiveram neste Orçamento não teriam gasto metade do tempo das suas
intervenções iniciais a falar do PSD e do CDS.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Teriam gasto o seu tempo a falar do seu contributo para este
Orçamento.
Aplausos do CDS-PP.
Mas é significativo também porque passaram quatro anos, os mesmos que uma maioria PSD/CDS levou a
salvar o País da situação dramática em que estava, a dizer que o PSD e o CDS não tomavam aquelas medidas
porque vivíamos um tempo excecional, mas porque eram as medidas em que convictamente PSD e CDS
acreditavam.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Desculpas!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Agora, que podem fazer um exercício orçamental sem o peso
da troica, com a qual tivemos de governar, dizem: «Afinal, o PSD e o CDS agora fazem o contrário daquilo que
fizeram no Governo».
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Exatamente!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Srs. Deputados, qual é o espanto? Não perceberam o que
sempre dissemos, ou seja, que só tomávamos aquelas medidas porque tínhamos de salvar o País da situação
em que tinha sido posto da última vez que a esquerda tinha governado?
Aplausos do CDS-PP e de Deputados do PSD.
Qual foi a parte dessa explicação que os senhores não compreenderam?