7 DE DEZEMBRO DE 2016
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os intervenientes trabalhem afincadamente na prevenção contra incêndios para que ela não arda, garantindo o
seu valor económico e continuando a dar rendimentos aos seus proprietários.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, pode continuar no uso da palavra, mas o tempo que usar a partir de
agora será descontado no tempo atribuído ao seu grupo parlamentar para a segunda ronda.
O Sr. Nuno Serra (PS): — Vou terminar, Sr. Presidente.
A floresta representa um bem comum, em que o Governo tem a responsabilidade máxima de criar
ferramentas que possibilitem um crescimento ordenado, um ordenamento do território mais eficaz e capaz de
criar as sinergias suficientes para melhorar a prevenção contra incêndios, aumentar o valor económico do setor,
preservar o meio ambiente e garantir a sua componente social.
Trata-se de um caminho onde todos têm de participar e onde todos têm de ser ouvidos – municípios,
associações, produtores, políticos. Mas, em suma, a estratégia só pode ser uma: mais e melhor floresta para
Portugal.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra, pelo Grupo Parlamentar do PS, o Sr. Deputado
Joaquim Barreto.
O Sr. Joaquim Barreto (PS): — Sr. Presidente, Sr. Ministro e Sr. Secretário de Estado, Srs. Deputados: Por
iniciativa do Governo, estamos hoje a debater a reforma do setor florestal.
Manifesto o meu apreço pelo facto de, em dezembro, estarmos a discutir matérias ligadas à floresta, o que,
geralmente, só era debatido no verão, na época dos incêndios.
Igualmente registo com satisfação o modelo abrangente, alargado e inclusivo que está a ser adotado para a
discussão pública desta reforma.
Estamos, no inverno, a debater com todos os interessados a floresta. Esta alteração de paradigma é muito
positiva.
Falar da floresta é falar dos espaços florestais, do seu uso múltiplo e necessariamente das comunidades e
das pessoas que deles usufruem e do emprego criado por este importante sector.
Falar da floresta é olhar, pensar, planear e ordenar um espaço com vida, que tenha sempre em conta a sua
dimensão social, ambiental e económica.
Falar da floresta implica também saber que 35,4% do solo de Portugal Continental tem um uso florestal, e
que 32% do nosso território está coberto com mato e pastagens pobres.
Falar da floresta implica igualmente saber e ter consciência que Portugal tem vindo a perder, de uma forma
gradual, em média, 10 000 ha por ano.
Falar da floresta é sentirmos o alento para acreditarmos que as florestas portuguesas têm futuro, um futuro
com impacto importante na riqueza do País. Portugal é o País da Europa onde as florestas têm maior peso no
PIB, com 3,2 %.
Falar da floresta é termos em atenção que estamos na presença do sector que mais contribui com recursos
endógenos para as nossas exportações.
Portugal é o líder mundial na exportação de cortiça e o líder europeu na fileira da pasta de papel.
Éurgente um combate à desflorestação. É imperativo assumir a rearborização.
É necessário mudar o rumo, investindo mais no ordenamento, na gestão e na prevenção da floresta para
poupar no combate aos incêndios.
É inadiável combater a desertificação e o despovoamento do interior. A nossa floresta tem um passado, tem
história, usos, costumes e tradições.
O Partido Socialista orgulha-se dos seus governantes e tem provas dadas na elaboração e execução de
políticas públicas para as florestas nacionais.
Permitam-me que refira o Prof. Azevedo Gomes, que ajudou a construir o melhor da história que ainda está
bem viva na memória dos portugueses.