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7 DE DEZEMBRO DE 2016

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Mais: nunca fomos coniventes com o jogo de, pura e simplesmente, cada um dizer que prefere a sua proposta

mas inviabiliza todas as outras e, portanto, tudo fica na mesma. Ao contrário de vários outros partidos, o CDS

não foi conivente com esse jogo, e tem muito orgulho nisso.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — A terminar esta apresentação direi o seguinte: os problemas da Caixa,

infelizmente, vão muito para além daqueles problemas que hoje aqui discutimos. No entanto, podíamos dar um

passo e ter um momento importante para os resolver, porque, de facto, Sr.as e Srs. Deputados, nunca, mas

mesmo nunca, nenhum Governo fez tão mal à Caixa Geral de Depósitos em tão pouco tempo. Aliás, com todo

o tempo não me consigo lembrar de um Governo que tenha feito tão mal à Caixa!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Muito bem!

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — A Caixa foi transformada por este Governo num fenómeno de

notoriedade no pior sentido e no centro de um vendaval de boatos.

Ainda ontem, o Sr. Primeiro-Ministro não conseguiu encontrar nada melhor para dizer a não ser acusar a

Caixa de ter maquilhado as contas para facilitar a saída limpa.

Pois bem, o CDS disse na Comissão de Inquérito e diz hoje ao Sr. Primeiro-Ministro: faça favor de apresentar

os documentos que comprovam a maquilhagem das contas e a sua relação com a saída limpa.

Aplausos do CDS-PP.

Já que criticam tanto a saída limpa, façam também o favor de dizer qual é a alternativa que teriam preferido.

Eu oiço muitas críticas, mas a única alternativa que vejo do lado do PS, aparentemente, é a troica, e essa,

certamente, Srs. Deputados, não quereremos de volta!

Esta é uma boa oportunidade para que tudo não fique na mesma. Esperemos que os outros partidos possam

pensar assim também.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Trigo

Pereira.

O Sr. Paulo Trigo Pereira (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O PS e os partidos à sua esquerda,

que apoiam esta solução governativa, têm estado a trabalhar para uma Caixa pública, uma Caixa que contribua

para a estabilidade do sistema financeiro, uma Caixa que apoie a economia, as empresas e as famílias e uma

Caixa que seja rentável. Isto porque uma Caixa rentável dá dividendos aos cidadãos, que são contribuintes, e

que assim ajudarão a pagar o investimento que, neste momento, estamos a fazer pela Caixa.

Este é o nosso projeto, é um projeto relativamente ao qual o PSD e o CDS — mais o PSD do que o CDS,

diga-se em abono da verdade, por razões que se poderão concretizar —, têm estado num processo de

arremesso político em relação a tudo o que podem encontrar para atrasar, prejudicar e tentar inviabilizá-lo. Aliás,

foi aqui referido pelo Deputado Marques Guedes, com alguma imprecisão… É que, relativamente aos projetos

de lei que estão hoje a ser apreciados, um deles foi apresentado em 2 de novembro e deu entrada a 4 de

novembro. Portanto, o PSD está a atacar, digamos assim, com todas as armas que tem.

O PSD apresentou, em sede de Orçamento do Estado, uma proposta — que, infelizmente, foi aprovada —

ipsis verbis à norma que está hoje a apresentar. O PSD apresentou uma proposta no debate do Orçamento do

Estado e, hoje, traz mais duas e uma série de questões, mas não tenho tempo de as indicar.

O vosso projeto é completamente contraditório, e já vou explicar porquê. Vamos por partes.

Quais são as contradições insanáveis do PSD? Primeiro, a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos. O

vosso Deputado Pedro Passos Coelho e ex-Primeiro-Ministro dizia, em 2015, que a Caixa necessitava de uma

recapitalização de cerca de 2500 milhões de euros. Sabem o que é que os senhores votaram — e refiro-me