16 DE DEZEMBRO DE 2016
17
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, chegámos ao fim da discussão, na generalidade, da proposta de lei
n.º 43/XIII (2.ª).
Passamos ao segundo ponto da ordem de trabalhos, que consta da apreciação, também na generalidade,
da proposta de lei n.º 40/XIII (2.ª) — Aprova a lei de programação de infraestruturas e equipamentos para as
forças e serviços de segurança do Ministério da Administração Interna.
Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa,
a quem aproveito para cumprimentar.
A Sr.ª Ministra da Administração Interna (Constança Urbano de Sousa): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs.
Deputados: Fazemos hoje, aqui, uma breve apresentação desta lei de programação de infraestruturas e
equipamentos das forças de segurança, que é uma prioridade do Ministério da Administração Interna.
O grande objetivo é, no fundo, modernizar o nosso sistema de segurança interna, através de um investimento
plurianual programado em sete áreas fundamentais para a missão das nossas forças e serviços de segurança,
como as infraestruturas, as viaturas, o armamento e equipamentos vários, tais como o equipamento de proteção
individual, de apoio à operação ou para funções especializadas, sem esquecer, naturalmente, os sistemas TIC
(tecnologias de informação e comunicação).
Esta é uma lei que julgamos ser financeiramente sustentável, pois tem fontes diversificadas de financiamento
e contém um conjunto de instrumentos que nos parecem essenciais para garantir a continuidade do
investimento, como a transição de saldos, a não sujeição a cativações e, também, a flexibilidade na gestão dos
projetos.
Esta proposta de lei foi feita em interação com as forças e serviços de segurança e responde a uma parte
muito significativa das prioridades e necessidades que essas mesmas forças identificaram. Naturalmente, não
esgotam essas necessidades, mas também aqui, e para finalizar, gostaria de frisar que esta lei, em si mesma,
não esgota o investimento, já que as forças e serviços de segurança mantêm, nos respetivos orçamentos,
dotações para fazerem face, elas próprias, a certos investimentos.
E terminava, de forma a ficar com tempo para poder responder a esclarecimentos dos Srs. Deputados, se
entenderem colocá-los.
Aplausos do PS.
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente José Manuel Pureza.
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Marques Guedes, do
Grupo Parlamentar do PSD.
O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª Ministra da Administração
Interna, como sabe, o Partido Social Democrata é, como sempre foi, defensor da existência de uma lei de
programação deste género. Já apoiámos a lei aprovada pelo Governo socialista em 2007 e estamos na
disponibilidade de aprovar esta também, porque nos parece ser uma medida adequada e acertada.
No entanto, Sr.ª Ministra, devo dizer-lhe que o histórico de aplicação da Lei de Programação não é famoso,
como sabe. Entre 2007 e 2012, a execução ficou abaixo dos 40% daquilo que estava estimado na própria Lei.
É por isso que temos de olhar com algum cuidado para aquilo que são as boas intenções desta proposta de lei
que agora a senhora nos apresenta. Mas, obviamente, confiamos que o Governo saiba colocar prioridade nas
forças de segurança e que seja possível, à semelhança daquilo que tem acontecido no histórico da Lei de
Programação Militar, onde o grau de execução tem ficado ao longo dos últimos anos acima de 85%, também
desta vez, que quando a Lei que estamos a analisar passar à letra de forma possa beneficiar de um tipo de
execução do mesmo grau. Assim, a Sr.ª Ministra contará, seguramente, com o apoio por parte da bancada do
Partido Social Democrata.
Colocava-lhe apenas algumas questões pontuais que carecem de algum esclarecimento.
Em primeiro lugar, relativamente às questões do financiamento, a proposta de lei do Governo inova agora
não apenas relativamente às receitas de venda do imobiliário como também em relação às receitas das coimas
das multas rodoviárias.