I SÉRIE — NÚMERO 44
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Digo-lhe só mais isto: ainda bem que é candidata à Câmara Municipal de Lisboa porque agora poderá
verificar, conhecendo melhor, como me preocupo com o tema da dívida há muitos anos e sempre com muito
sucesso. O que fiz na Câmara é o que farei também agora.
Aplausos do PS.
Protestos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, se há coisa que mostra aqui
hoje é que não quer responder às perguntas que lhe fiz,…
O Sr. Pedro Passos Coelho (PSD): — Não é uma novidade!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — … porque não sabe ou porque não lhe interessa.
Sobre a dívida, não responde; sobre os atrasos de pagamento, disse uma coisa que é mentira e agora não
corrigiu — tem obrigação de corrigir —; sobre melhorias, em geral, do País, tudo muito bem, mas sobre questões
concretas que lhe pergunto, nomeadamente em matéria de saúde — e tenho andado a visitar os hospitais —,
nada. Portanto, o Sr. Primeiro-Ministro quer pintar um país que não existe.
Mas deixe-me falar de mais uma questão, a propósito de contas e de números. Sabe qual foi a diminuição
do investimento público no ano passado, feita pelo seu Governo, que nos colocou, segundo o Conselho das
Finanças Públicas, a níveis de há 20 anos? Vou dar-lhe os dois dados que são públicos, são aqueles que
conheço: o que saiu ontem, em contabilidade pública, revela um corte de 11,8% e o que saiu há uns dias, em
contabilidade nacional — dados do INE —, revela um corte, logo no primeiro mês do ano, de 24,8%.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Já terminarei, Sr. Presidente.
Creio que 24,8% a menos ou 11,8% a menos são números extraordinariamente maus para o senhor, sobre
eles, se pronunciar.
O Sr. Presidente: — Obrigada, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Já agora, quanto a dívidas, Sr. Primeiro-Ministro, nem sequer devia
referir a Câmara Municipal de Lisboa porque sabemos muito bem como é que a dívida da Câmara baixou. Foi
através de um acordo em relação ao aeroporto que permitiu fazer esse brilharete.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, sobre o aeroporto, o que conheço é a receita
extraordinária que o seu Governo teve para baixar o défice desse ano com a venda que fez do aeroporto.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — E foi o que baixou a dívida da Câmara!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Isso é o que conheço de receita extraordinária em matéria de aeroporto.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD e do CDS-PP.