I SÉRIE — NÚMERO 44
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A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — … porque, quando o senhor enche a boa a dizer que teve de
reembolsar mais — e nesta Casa disse que reembolsou mais 500 milhões de euros às famílias —, isso só quer
dizer que temos aí o efeito da baixa de impostos e temos o efeito, nomeadamente, do quociente familiar.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora aí está!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Temos esse efeito que o senhor, a cada momento, tropeça para usar
ora para um lado ora para outro, mas isso é que é inegável. Houve mais reembolsos, sim, senhor, porque nós
baixámos os impostos.
Aplausos do CDS-PP.
Protestos do PS.
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: — É mentira! Mentira!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Primeiro-Ministro, sei que não me vai responder a isto. A conta é
tão simples e o Sr. Primeiro-Ministro foi tão incapaz de a resolver que eu não vou insistir neste ponto e vou
passar para o seguinte.
O meu segundo ponto tem a ver com a dívida.
O Sr. Primeiro-Ministro gosta de dizer que a dívida líquida baixou. Se o senhor sabe qual é a dívida líquida,
há de saber qual é o valor da dívida bruta, porque nós não sabemos e eu gostava que nos dissesse. Sabe
porquê? No relatório do Orçamento do Estado de 2016, dizia que, no final de 2016, a dívida ia ser de 124% do
PIB. Depois, no relatório do Orçamento do Estado de 2017, veio dizer que ia ser de 128% do PIB. Sabemos que
bem perto do final do ano a dívida estava em 133%, ou seja, a segunda dívida mais elevada da União Europeia,
e com juros elevadíssimos e a subir, como aconteceu com a emissão a 10 anos a 4,2%. Repito, 4,2%.
Portanto, pergunto: qual é o valor, neste momento, da nossa dívida?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Assunção Cristas, tem razão: os reembolsos são
normais;…
Vozes do CDS-PP: — Ah…!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … o que não foi normal foi os senhores em 2015 terem retido os reembolsos
que eram devidos em 2015…
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Não é nada disso!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … para terem uma falsa receita nesse ano para disfarçar o mau défice de 2015
e nós termos tido de fazer em 2016 os reembolsos que os senhores não fizeram. Isso é que não foi normal!
Aplausos do PS.
Protestos do Deputado do PSD Pedro Passos Coelho.
Isso é que não foi normal!