I SÉRIE — NÚMERO 52
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A reposição da dignidade do trabalho passa, tem de passar também, pelo Estado empregador. É este o
sentido e o propósito do nosso compromisso e da nossa política.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos dar início à primeira ronda.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla Barros, do Grupo Parlamentar do PSD.
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs. Deputados:
Começamos este debate por deixar claro que o PSD não se identifica com a tentativa de oportunismo e de
propaganda política levada a cabo pelo PCP e pelo Governo nesta matéria de combate à precariedade e da
integração dos trabalhadores da Administração Pública.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — A prova viva deste protagonismo e desta propaganda política é, precisamente,
o facto de o Sr. Ministro das Finanças ter sido afastado da liderança deste processo e de ter sido chamado o
Ministro Vieira da Silva à liderança deste processo de integração dos trabalhadores da Administração Pública,
quando sabemos que a integração em emprego público é uma matéria exclusiva da esfera do Sr. Ministro das
Finanças.
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Muito bem recordado!
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares (Pedro Nuno Santos): — Só há um Governo!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Por isso, Sr. Secretário de Estado, fica o nosso alerta para o que é já notório
relativamente ao que se pretende com esta luta contra a precariedade.
Relativamente ao trabalho que o Governo afirmou já ter iniciado, temos a apontar, nesta fase do debate, três
falhanços que consideramos essenciais, mas o Governo ainda pode vir a corrigir alguma rota em relação ao
caminho que tem a seguir e, assim, melhorar o processo que vai levar a cabo.
O primeiro falhanço foi o incompreensível atraso na entrega do relatório…
Protestos do Secretário de Estado do Emprego.
Parece um aspeto secundário, mas já vou chegar lá, Sr. Secretário de Estado.
Como eu estava a dizer, o primeiro falhanço foi o incompreensível atraso na entrega do relatório, que devia
ter sido entregue em outubro mas que só foi entregue em fevereiro.
Porém, poderíamos relevar isso para segundo plano se o relatório tivesse caído bem naqueles que são os
seus proponentes.
O Bloco de Esquerda e o PCP dizem que àqueles 116 000 trabalhadores identificados ainda temos de
acrescentar mais.
E, vá lá saber-se porquê, o Sr. Ministro Vieira da Silva também diz que vai iniciar este trabalho sem ter um
número sobre o qual vai partir, ou seja, não existem números para partir para este trabalho.
Por isso, Sr. Secretário de Estado, aquilo que tem de fazer neste momento é esclarecer qual é o conceito de
precariedade. Afinal, para que serviu este estudo? Queremos aproveitar este momento para saber quais são os
trabalhadores que vão ficar excluídos deste processo…
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — … e a que áreas da Administração Pública é que o combate à precariedade
não vai chegar.