17 DE FEVEREIRO DE 2017
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Por isso, Sr. Secretário de Estado, num segundo falhanço e não menos importante, aquilo que quero
evidenciar é o tratamento que os senhores deram aos representantes dos trabalhadores neste processo. É
verdade! Os representantes dos trabalhadores tomaram conhecimento que o diagnóstico estava finalizado
quando o Governo já estava, à porta fechada, a negociar as soluções com o Bloco de Esquerda e com o PCP.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Inacreditável!
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Não posso crer que esteja a defender os sindicatos!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — E não diga que não, Sr. Secretário de Estado, porque o senhor sabe que é
assim. Aliás, as notícias que têm vindo a público acerca do desagrado dos representantes dos trabalhadores
evidenciam que os senhores começaram mal este processo e que não respeitaram com os trabalhadores o
compromisso para a negociação coletiva em 2017.
Leia esse compromisso que a Sr.ª Secretária de Estado assinou. Se fosse da Administração Pública, teria
conhecimento, Sr. Secretário de Estado!
Risos de Deputados do PSD.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem! É verdade!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Um terceiro falhanço, e não menos importante, é aquela história do Governo
que governa ao contrário. Os senhores personificam muito bem aquela história do Governo que governa ao
contrário.
O Sr. Secretário de Estados dos Assuntos Parlamentares: — O quê?!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Não se admire, Sr. Secretário de Estado.
É que o Governo assume combater a precariedade mas aumenta-a, criando 12 500 postos de trabalho para
trabalhadores contratados a prazo, desde o início da governação até ao final de dezembro de 2016.
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Isso é que é!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — É verdade! Isto representa só — repito, só — um aumento de 22% em matéria
de contratos a prazo.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Inacreditável!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — E governar ao contrário é também ir a Bruxelas e comprometer-se com as
instituições europeias em matéria de recursos humanos e não honrar esse compromisso.
O Sr. Secretário de Estados dos Assuntos Parlamentares: — O quê?!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — É isso, Sr. Secretário de Estado. Está muito admirado, mas é isso!
O Sr. Secretário de Estados dos Assuntos Parlamentares: — Como é que posso não estar admirado?!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Essa é que é a verdade!
E, Sr. Secretário de Estado, governar ao contrário é igualmente o senhor assumir a integração dos
funcionários da Administração Pública sem um conjunto de políticas e de reformas com vista a uma verdadeira
modernização administrativa, uma reforma que motive mais os trabalhadores, uma reforma que crie os serviços
da Administração Pública mais céleres,…