17 DE FEVEREIRO DE 2017
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Precisamos de garantias, neste processo. Precisamos da garantia de que ninguém fica para trás e de que
não há teto: todos os precários serão vinculados.
São essas as garantias que os precários querem e que o Bloco exige.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — É a vez do Grupo Parlamentar do CDS-PP.
Tem a palavra o Sr. Deputado António Carlos Monteiro.
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do
Governo: O CDS considera a questão da precariedade no trabalho um problema sério que afeta muita gente em
Portugal, sobretudo os mais jovens.
Mas, para que este debate seja sério e para que se perceba o que pretendem PS, Bloco de Esquerda e PCP,
esses partidos têm ainda muito que esclarecer. A não ser que se esteja perante mais uma encenação.
Para o CDS, o relatório deveria ter em conta a reforma do Estado que este Governo anunciou. Não tem!
Provavelmente, temos serviços com funcionários a menos e serviços com funcionários a mais, mas não temos
resposta a isso neste relatório.
Por outro lado, era bom que explicassem os atrasos. A maioria de esquerda acordou que o relatório deveria
estar concluído em outubro de 2016; só o divulgaram em 9 de fevereiro de 2017. Um relatório que é só preliminar.
Afinal, o processo só arranca em 31 de outubro, depois das eleições autárquicas, ou seja, um ano depois do
prazo que tinham negociado — e isto se não houver mais atrasos —, para ser concluído até 31 de dezembro de
2018. É caso para perguntar: será que vamos ter a estranha coincidência de estar concluído em cima das
eleições legislativas?!
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — E, já agora, o Bloco de Esquerda e o PCP aceitam, ou não, o
diagnóstico feito pelo Governo no relatório? É que, para o Governo, parece que 116 000 é o número máximo de
funcionários que poderão ser integrados. Já o Bloco de Esquerda e o PCP querem acrescentar todos os
trabalhadores das empresas que prestam serviços ao Estado — logo, são mais do que os 116 000.
Em que é que ficamos? Era bom que esclarecessem o que querem.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Não percebem, nem querem perceber!
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — O Governo diz que quer resolver o problema dos precários,
mas, ao mesmo tempo, aumenta o número de precários, ou seja, cria mais precários, criou mais 12 593 precários
do que aqueles que existiam, por exemplo, no tempo do Governo PSD — e este é só o número de contratos a
termo.
Protestos do Deputado do PCP João Oliveira.
Por último, como é que vão cumprir o compromisso, assumido em Bruxelas pelo Ministro Mário Centeno, de
que, por cada dois funcionários que saíssem, só entraria um? Em 2016, não só não cumpriram essa regra como
aumentaram o número de funcionários públicos:…
O Sr. João Oliveira (PCP): — Mas, afinal, houve contratações ou não?!
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — É um paradoxo!
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — … saíram 91 000 e entraram 96 000. São números publicados
ontem.