I SÉRIE — NÚMERO 54
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O Sr. Primeiro-Ministro: — … e onde esperamos que haja um bom resultado em que todos nos possamos
reconhecer.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado André Silva, do PAN.
O Sr. André Silva (PAN): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, em junho de 2016, foi aprovada na
Assembleia da República, por unanimidade, uma lei com enorme significado político e que expressa o
sentimento geral da população portuguesa, a lei que proíbe o abate de animais de companhia como forma de
controlo populacional.
Esta lei carece de regulamentação pelo Governo, o que deveria ter ocorrido até ao passado dia 21 de
dezembro e não ocorreu.
Sr. Primeiro-Ministro, queria colocar-lhe, então, a seguinte pergunta: para quando a regulamentação desta
lei?
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro, para responder.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado, esta é uma causa que partilho com o PAN.
Efetivamente, temos a regulamentação da lei atrasada, mas a informação que tenho por parte do Sr. Ministro
da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural é que em março essa regulamentação estará concluída e o
atraso destes dois meses terminará.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Faça favor, Sr. Deputado André Silva.
O Sr. André Silva (PAN): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, muito obrigado.
Março será, com certeza, um mês bom, não só pela regulamentação desta lei como também pela publicação
da Estratégia Nacional da Agricultura Biológica.
Sr. Primeiro-Ministro, gostaria ainda de lhe trazer um tema da extrema relevância, um problema de saúde
pública: a forte sobre medicamentação de crianças com ritalina, que, supostamente, fortalece a concentração
de quem tem perturbação por hiperatividade e défice de atenção.
São várias as entidades que já alertaram para o risco de se estar a sobre medicar crianças e jovens com
fármacos em relação aos quais se desconhecem os efeitos a longo prazo.
Este medicamento duplicou as suas vendas nos últimos anos e é tomado por crianças cada vez mais novas.
Quase 30% dos consumidores deste medicamento são crianças com menos de 9 anos de idade. O que deveria
ser uma exceção tornou-se habitual e a prescrição de um psicofármaco, que deveria ser um recurso de segunda
linha, está hoje banalizada. Medicamentam-se comportamentos que sempre foram naturais e subestimam-se
as suas consequências na sociedade portuguesa.
Sr. Primeiro-Ministro, tem conhecimento que existem turmas em que mais de 80% dos alunos tomam ritalina
para manter ou aumentar a sua performance competitiva em termos de notas escolares?
O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.
O Sr. André Silva (PAN): — Sr. Presidente, vou terminar, formulando uma pergunta.
Sr. Primeiro-Ministro, sabemos que há mais de dois anos foi criado, no seio da Direção-Geral de Saúde, um
grupo de trabalho para esta problemática. Pergunto: para quando se prevê um relatório com conclusões
concretas e que respostas tem o Governo para esta realidade?
Aplausos de Deputados do BE.