I SÉRIE — NÚMERO 55
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O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para responder aos dois pedidos de esclarecimento, tem a
palavra o Sr. Deputado Hugo Soares.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados Porfírio Silva e Hélder Amaral, começo
por agradecer as questões que me colocaram.
Antes de responder aos Srs. Deputados, queria dizer ao Sr. Ministro Adjunto que, por acaso, tenho por hábito
ver a RTP Memória e a imagem que mais vejo é o senhor, como membro do Governo, ao lado do Eng.º Sócrates
a levar o País para a bancarrota. Essa é uma imagem que assalta não só esta bancada, mas todos os
portugueses.
Aplausos do PSD.
É esse o seu currículo, Sr. Ministro: estar ao lado do Eng.º Sócrates na RTP Memória, para mau grado de
todos os portugueses, levando o País à bancarrota.
Protestos do PS.
Sr. Deputado Porfírio Silva, vou responder não às suas questões mas às suas considerações, porque
questões concretas não deixou nenhuma.
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Ai não? Nem sequer ouviu as perguntas!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Devo dizer-lhe, Sr. Deputado, que ficou muito claro qual é a visão de
reforma do Estado que o Partido Socialista e V. Ex.ª têm.
O senhor conseguiu falar cerca de 5 minutos sobre educação e não falou uma vez sobre os alunos,…
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Ai não?!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — … mas disse que a reforma do Estado na educação é engordar o
Estado, é contratar mais gente. Foi isto que o senhor veio cá dizer.
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Então, haver mais professores é engordar o Estado?!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Para si, a reforma do Estado foram as escolas megalómanas da Parque
Escolar — que continuamos todos a pagar! — e é engordar o Estado com mais professores e mais assistentes
operacionais, que poderão ser precisos.
Pergunto a si e ao Governo: já refletiram sobre quais são hoje, em 2017, as funções essenciais do Estado,
onde o Estado deve verdadeiramente estar? Os senhores já fizeram esse diagnóstico, porque isso, sim, era,
depois, compaginável com o olhar, por exemplo, para o emprego público e perceber onde é que faziam falta
mais ou menos funcionários?
Mas os senhores não têm esse problema. Os senhores não discutem a reforma do Estado, os senhores
discutem operações de cosmética: é o front office, é o Simplex e falam também como ninguém na tal conversa
fiada sobre descentralização.
Sr. Ministro, sobre descentralização, creio que os senhores são capazes de fazer mais qualquer coisinha.
Tentem entender-se com o Bloco de Esquerda e com o Partido Comunista Português nessa matéria. Nós já
percebemos que os senhores estão mais próximos do PCP e do Bloco de Esquerda em relação à renegociação
da dívida do que na questão da descentralização, mas apresentem qualquer coisa. É que os senhores andam
há seis meses a anunciar um pacote sobre descentralização — nós já apresentámos o nosso — e ainda não
disseram nada sobre isso.
O senhor está aqui, hoje, para ser confrontado e o Governo para ser interpelado e eu, na resposta às
perguntas — que de perguntas não tiveram nada —, pergunto ao Sr. Ministro se já olhou para as propostas do