I SÉRIE — NÚMERO 56
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Desta forma, urge corrigir um aproveitamento, ou uma má interpretação, do diploma legal existente por parte
do sistema financeiro.
Fica, portanto, igualmente claro para todos que a intenção era, sim, a de imputar o imposto do selo ao sistema
financeiro e desta forma, com esta alteração, para que não resida qualquer dúvida na lei, muito menos na real
intenção do PS, indo também ao encontro das principais preocupações, legítimas, das associações
representativas do setor do comércio e dos serviços.
Já agora, Sr. Presidente, não resisto em dizer, de forma clara, que aqui também não se assiste à cassete
que a direita tantas vezes apregoou, de que com uma mão se tira e com outra mão se dá, porque aqui, como
em tantas outras matérias, lembramos que o PS com uma mão desceu o IVA (imposto sobre o valor
acrescentado) da restauração ao setor do comércio…
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Muito bem lembrado!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Ao setor do comércio?! As sapatarias agora pagam IVA da
restauração?!
O Sr. Ricardo Leão (PS): — … e com a outra mão clarifica, agora, de forma inequívoca, que este imposto
do selo se deve repercutir ao sistema financeiro e não ao setor do comércio e dos serviços.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Sá, do Grupo Parlamentar do PCP, para uma
intervenção.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: O projeto de lei que o PCP traz hoje a debate
garante que o imposto do selo devido nas operações de pagamento baseadas em cartões é pago pelas
instituições financeiras que disponibilizam os terminais de pagamento automático e não pelos comerciantes e
prestadores de serviços.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Esta é uma medida que defende as micro, pequenas e médias empresas dos
abusos do sistema financeiro.
Esta é uma medida que se insere num pacote mais vasto de medidas, apresentadas pelo PCP, de apoio às
micro, pequenas e médias empresas, visando a redução da carga fiscal e a simplificação das obrigações
tributárias, a facilitação do acesso ao financiamento, a redução dos custos de produção associados à energia
elétrica e aos combustíveis, às telecomunicações e aos transportes.
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Medidas que as micro, pequenas e médias empresas necessitam para ultrapassar
os seus problemas, os problemas que as afligem, para assegurar o desenvolvimento da sua atividade e a criação
de emprego.
Sr. Presidente e Srs. Deputados, quando, no debate do Orçamento do Estado para 2016, se procedeu à
clarificação de uma verba da Tabela Geral do Imposto do Selo no sentido de garantir que as comissões cobradas
pelo uso de terminais de pagamento automático pagassem imposto do selo, a intenção do legislador era que
esse imposto recaísse sobre os bancos e gestores do sistema de pagamentos eletrónicos e não sobre os
comerciantes.
Contudo, a entidade gestora dos terminais de pagamento automático, contrariando as intenções do
legislador, transferiu o encargo com o imposto do selo para os utilizadores desses terminais, fazendo acrescer
os 4% deste imposto à taxa cobrada pela prestação do serviço.