I SÉRIE — NÚMERO 56
34
A segunda nota que queria referir tem a ver com aquilo que se está a passar nesta Assembleia com o CDS,
que é useiro e vezeiro a apresentar propostas para fazer uma revisão da discussão orçamental.
Protestos do Deputado do CDS Pedro Mota Soares.
Sr.ª Deputada, já fizemos a discussão orçamental. Essa já foi feita!
Compreendo que os Srs. Deputados da direita, do PSD e do CDS, tenham estado habituados, ao longo
destes quatro anos, a fazer, ano após ano, discussões de orçamentos retificativos. Provavelmente, por esta
altura, já estávamos a discutir mais um retificativo. Mas não é isso que estamos a fazer, Sr.ª Deputada!
O que a Sr.ª Deputada está a apresentar nesta Assembleia é uma proposta que viola a lei-travão, que viola
uma lei de enquadramento orçamental.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Olhe, vá lê-la! Leia-a, leia-a, para não dizer disparates!
O Sr. Carlos Pereira (PS): — Isso, obviamente, é um subterfúgio para não dizer aquilo que quer fazer, que
é isentar a banca e não proteger as famílias, conforme a Sr.ª Deputada diz.
Terceira nota, que me parece muito importante: a Sr.ª Deputada, no seu discurso, quer fazer passar a
mensagem de que esta clarificação da lei que o PS, o Bloco de Esquerda e o PCP querem fazer não dá
resultado, não vai surtir nenhum efeito. Sr.ª Deputada, onde é que foi parar o discurso do CDS e da direita sobre
a importância da supervisão financeira?! É que a supervisão financeira também tem importância nestas
matérias, também tem importância em relação aos meios eletrónicos.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Pois tem! E o que é que está a fazer a Elisa Ferreira?!
O Sr. Carlos Pereira (PS): — O que a Sr.ª Deputada faz é meter no caixote um aspeto fundamental, que é
o de a supervisão financeira não estar a atuar em conformidade com esta matéria.
Quarta nota:…
O Sr. Presidente: — Já ultrapassou o tempo de que dispunha, Sr. Deputado.
O Sr. Carlos Pereira (PS): — Termino já, Sr. Presidente.
Quarta nota: o que o PS quer fazer é, repito, clarificar a lei, garantir que é o sistema financeiro que paga e
libertar a economia real de um imposto que, de facto, não era exigido.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Meireles.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: De facto, há momentos em que
acho que a atual maioria perde, por completo, a vergonha.
Ó Srs. Deputados, então, os Srs. Deputados vieram aqui, em 2016 — nessa tal discussão orçamental de que
o Sr. Deputado Carlos Pereira falou, há um ano, em fevereiro de 2016 —, e disseram, pela voz de Mário Centeno,
aliás, tenho aqui a notícia de jornal: «Banca paga aumento do imposto do selo nos cartões». Foi isto que os
senhores andaram a dizer às pessoas. Andaram a enganar as pessoas!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — E está de acordo ou não?!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Deputado, quer que lhe mostre as cartas que todos os comerciantes
receberam com o aumento de imposto que os senhores fizeram?! Que o Sr. Deputado Paulo Sá fez, que o Sr.
Deputado Paulino Ascenção fez, que o Sr. Deputado… Quer que lhe mande?!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.