I SÉRIE — NÚMERO 56
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A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — E os senhores são hipócritas,…
Protestos do PS e do PCP.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Não sabe onde está?!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — … porque, se quisessem taxar a banca, fá-lo-iam, ao invés de estarem
a propor impostos para os comerciantes.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, chegámos ao fim do debate conjunto, na generalidade, dos projetos
de lei n.os 391/XIII (2.ª), 396/XIII (2.ª), 404/XIII (2.ª) e 410/XIII (2.ª).
Passamos ao terceiro ponto da nossa ordem de trabalhos, que consta da apreciação conjunta do Decreto-
Lei n.º 82/2016, de 28 de novembro, que determina a descentralização, parcial e temporária, de competências
de autoridade de transportes, do Estado para a Área Metropolitana do Porto, relativas ao serviço de transporte
público de passageiros operado pela Sociedade de Transportes Coletivos do Porto, SA (STCP), e a
descentralização, parcial e temporária, da gestão operacional da STCP [apreciação parlamentar n.º 28/XIII (2.ª)
(PCP)] e do Decreto-Lei n.º 86-D/2016, de 30 de dezembro, que transfere para o município de Lisboa a
titularidade e a gestão da Carris [apreciação parlamentar n.º 31/XIII (2.ª) (PCP)].
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Permitam-me, antes
de mais, saudar os trabalhadores e utentes dos transportes aqui presentes, nas galerias, e reafirmar a
solidariedade do PCP para com a sua luta.
O debate que queremos fazer neste ponto é um debate sério e objetivo sobre as questões que realmente
importam às populações e aos trabalhadores da Carris e da STCP.
Queremos discutir estes dois Decretos-Leis e propor soluções e respostas concretas para os problemas
identificados. Queremos contribuir para a salvaguarda do caráter público destas empresas, para a defesa dos
direitos dos seus trabalhadores e para a promoção do serviço público com melhores transportes, a preços mais
justos e atrativos, efetivamente ao serviço das populações.
Propomos uma norma de salvaguarda contra a privatização da Carris que, em caso de alienação total ou
parcial da empresa, a faz reverter para o Estado.
Propomos a defesa dos direitos dos trabalhadores da STCP e da Carris, salvaguardando a contratação
coletiva e permitindo o seu alargamento aos trabalhadores que hoje não a têm, designadamente nas empresas
participadas.
Propomos a defesa do serviço público de transporte coletivo, a integração plena destas empresas nos
sistemas metropolitanos de transportes, a definição de preços mais justos e atrativos.
Propomos o envolvimento e a articulação efetiva com os vários municípios, que têm de ter uma palavra a
dizer sobre as opções estratégicas e não podem estar confrontados com esta discriminação que hoje se verifica
na política tarifária, e que já mereceu a crítica e o protesto de municípios como os de Odivelas e Sintra, entre
outros.
Propomos a integridade destas empresas, não permitindo a alienação de participadas e garantindo que se
mantenha a fiscalização do Tribunal de Contas nos termos atuais, não aligeirando a exigência e a transparência
neste domínio.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Esta discussão é sobre problemas e sobre Decretos-Leis que estão em vigor e
já produziram efeitos.