10 DE MARÇO DE 2017
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O Sr. João Oliveira (PCP): — Sim, Sr. Presidente. Nem é meu hábito fazer muitas interpelações,…
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Não é hábito?! Essa é boa!
O Sr. João Oliveira (PCP): — … e, portanto, se calhar, estou a esgotar hoje o número de interpelações que,
eventualmente, poderia fazer à Mesa durante a próxima sessão legislativa.
Sr. Presidente, é para pedir a distribuição de um documento: o registo da votação do projeto de lei n.º 962/XII
(4.ª), do PCP, que propunha o reforço das obrigações de supervisão pelo Banco de Portugal, apresentado com
várias propostas — incluindo algumas que o CDS, agora, parece ter feito suas! —, e que, afinal de contas, foi
chumbado na anterior Legislatura, porque o CDS e o PSD votaram contra.
Para quem acusa o PCP de não apresentar propostas é uma fraca figura.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Deputado João Oliveira, fará o favor de entregar na Mesa
o documento para efeitos de distribuição.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, peço a palavra.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para o mesmo efeito, presumo.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sim, é para o mesmo efeito, Sr. Presidente.
É para pedir à Mesa que faça distribuir o projeto de lei nos mesmos termos que o PCP apresentou nesta
Legislatura, quando tem maioria, juntamente com o PS, o BE e Os Verdes. É porque assim se verá ou não a
coerência do PCP.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — E as propostas do CDS?!
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo
Trigo Pereira, em nome do Grupo Parlamentar do Partido Socialista.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — E agora o CDS vai votar a favor?!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muita conversa e, na hora, nenhuma ação!
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Srs. Deputados, queiram criar condições para que o Sr.
Deputado Paulo Trigo Pereira possa usar da palavra.
Pausa.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Paulo Trigo Pereira (PS): — Sr. Presidente, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados: Estamos quase a
terminar o debate da iniciativa do CDS. Obviamente que é uma iniciativa de louvar, mas temos pena que, de
facto, o CDS tenha apresentado duas propostas casuísticas que não abordam o essencial do problema.
E o essencial do problema é que, nos últimos anos, os contribuintes injetaram no sistema financeiro, na
banca, muitos milhões de euros, milhares de milhões de euros, que engrossaram a dívida pública, dívida pública,
essa, que vamos ter de pagar no futuro.
Tal facto deveu-se a múltiplas causas: uma, tem a ver com pessoas e a outra, tem a ver com instituições.
A relação com pessoas tem a ver com ética empresarial, que é algo que não foi aqui abordado, mas que
gostaria de o fazer.