I SÉRIE — NÚMERO 68
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Vamos guardar 1 minuto de silêncio.
A Câmara guardou, de pé, 1 minuto de silêncio.
Srs. Deputados, vamos entrar no período de debate dos votos que se encontram para votação. Tal como foi
deliberado na última Conferência de Líderes, vamos dividi-los por temas.
Numa primeira fase, estão em discussão os votos n.os 253/XIII (2.ª) — De repúdio pelas declarações
insultuosas proferidas pelo Presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem (BE), 255/XIII (2.ª) — De repúdio
pelas declarações públicas do Presidente do Eurogrupo (CDS-PP), 256/XIII (2.ª) — De condenação pelas
declarações inaceitáveis proferidas pelo Ministro das Finanças holandês e Presidente do Eurogrupo, Jeroen
Dijsselbloem (PSD), 257/XIII (2.ª) — De protesto e repúdio pelas palavras insultuosas do presidente do
Eurogrupo e a nova ameaça de sanções a Portugal por parte do Banco Central Europeu (PCP) e 258/XIII (2.ª)
— De condenação pelas declarações de Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, sobre os países do sul
da Europa (PS).
Cada grupo parlamentar dispõe de um tempo global de 4 minutos para proferir intervenções relativamente a
estes votos.
Para uma primeira intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Morgado, do Grupo Parlamentar do
PSD.
O Sr. Miguel Morgado (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, sobre esta matéria, queria reiterar a
posição do PSD que o líder da minha bancada, o Deputado Luís Montenegro, já tinha deixado bastante clara
aqui, na Assembleia da República, na quarta-feira.
As declarações do Sr. Dijsselbloem, conhecidas por toda a Europa, são inaceitáveis quer na forma quer no
conteúdo. Na forma, atentam até contra a dignidade do cargo que ele exerce e, no conteúdo, são insultuosas,
sobretudo num ponto que, para o PSD, é crucial. O PSD não tolera nem tolerará que se amesquinhem os
esforços e os sacrifícios que os portugueses, desde há vários anos a esta parte, incluindo hoje, estão a fazer
para recuperar e reequilibrar o País.
Nesse sentido, o PSD tira a seguinte consequência: o presidente do Eurogrupo tem de ir embora.
Aplausos do PSD e do Deputado do CDS-PP Pedro Mota Soares.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Catarina Mendes, do Grupo Parlamentar do PS.
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Partido Socialista
reafirma a sua condenação das palavras insultuosas e vergonhosas do presidente do Eurogrupo.
O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Esqueceu-se de dizer que ele também é socialista!
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — E elas são vergonhosas e insultuosas porque são
xenófobas, racistas e populistas e tendem a dividir a Europa e a ir contra aquele que foi sempre o desígnio do
projeto europeu: um projeto de paz, de solidariedade e de coesão.
Aplausos do PS.
Mas, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, como portugueses e como europeus, não podemos deixar de
sublinhar que estas palavras são um insulto a todos aqueles que, ao longo dos últimos anos, foram sujeitos a
enormes sacrifícios e, ainda assim, hoje, podemos confirmar que o Estado português está a cumprir as suas
obrigações europeias e que o défice está em 2,1%, ou melhor, ligeiramente abaixo dos 2,1%. Portanto, a
verdade é que Portugal está a cumprir os seus compromissos.
Aplausos do PS.