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I SÉRIE — NÚMERO 68

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os votos são exatamente iguais, porque, a nosso ver, não é possível condenar a forma e não conteúdo ou

condenar o conteúdo e não a forma ou até condenar apenas o conteúdo porque veio de uma determinada família

política.

Estas declarações, tanto na forma como no conteúdo, e independentemente de quem vêm, são

absolutamente inaceitáveis e é isso que o Bloco de Esquerda diz no seu voto.

E, já agora, relativamente ao voto do CDS, acaba por haver alguma divisão de espírito e de sentimentos

dentro do próprio CDS, porque o dirigente Nuno Melo considerou, num artigo, as declarações, «em certa medida

legítimas», e, portanto, que o problema foi a forma e não o conteúdo.

Protestos do Deputado do CDS-PP Nuno Magalhães.

É preciso clarificar se, de facto, estamos aqui a condenar ou não as declarações de Dijsselbloem, que são

absolutamente inaceitáveis, mas que, pelos vistos, não é bem assim para o CDS.

Para terminar, o Bloco de Esquerda rejeita a forma, o conteúdo e o preconceito subjacente a estas

declarações e, por isso, este senhor não tem condições para se manter à frente do Eurogrupo.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira, de Os Verdes.

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Os Verdes associam-se

aos votos de protesto e de repúdio pelas infelizes e inaceitáveis declarações do Presidente do Eurogrupo

relativamente a Portugal e aos restantes países do sul.

Neste contexto creio que convinha não perder de vista que, quando falamos do Presidente do Eurogrupo,

estamos a falar de um dos grandes impulsionadores das políticas de austeridade que tanto mal fizeram aos

portugueses em termos de direitos e de rendimentos, e que não só nada resolveram como ainda agravaram os

problemas.

Mas mais: quando o Presidente do Eurogrupo fala do desperdício de dinheiro dos países do Sul, deveria —

porque seria mais adequado e mais sensato — falar do dinheiro que os países do sul desperdiçaram na ajuda

à banca, nomeadamente à banca holandesa. Mas também podia falar do dinheiro que os países como Portugal

deixaram e continuam a deixar de receber pelo facto de a União Europeia continuar a fechar os olhos à vergonha

que representa permitir às empresas portuguesas que desloquem a sua sede fiscal para a Holanda para não

pagar impostos em Portugal e pagá-los na Holanda, quando deviam pagá-los no nosso País.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Muito bem!

Protestos do CDS-PP:

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Eram estes os desperdícios que deviam ser referidos, mas o

Presidente do Eurogrupo preferiu a conversa fácil do assunto que está a indignar todos os portugueses e todas

as portuguesas.

Portanto, pelo que disse, mas sobretudo pelo que representa, o atual Presidente do Eurogrupo deixa

definitivamente de ter condições para continuar no cargo e, por isso mesmo, Os Verdes reclamam o seu

afastamento imediato da presidência do Eurogrupo.

Aplausos de Os Verdes e de Deputados do PCP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Concentrarmos as atenções

exclusivamente nas declarações ou na figura de quem as proferiu, desligando estas declarações de todos os