I SÉRIE — NÚMERO 69
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Acha, Sr. Deputado Miguel Santos, que os portugueses se esqueceram de que, designadamente no hospital
do Algarve, houve profissionais que, não havendo fraldas, utilizaram sacos de plástico para substituir as fraldas?
Não, Sr. Deputado, não se esqueceram!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Foi uma vergonha!
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr. Deputado, falar das preocupações do PSD com os profissionais?! Ó Sr.
Deputado, de facto, isso é tentar deitar areia para os olhos dos portugueses, porque aquilo que o PSD e o CDS
fizeram, enquanto governaram, foi governar contra os profissionais do SNS e do setor público.
O Sr. Deputado esquece-se das vezes que aqui denunciámos os turnos que não foram completos por não
haver profissionais para os preencher, designadamente no atendimento a doentes com os níveis de prioridade
vermelho e laranja?
Mas, Sr. Deputado, contrariamente àquilo que o PSD disse na sua intervenção, o PCP tem agido, porque,
enquanto o PSD aumentou taxas moderadas, por nossa ação diminuíram-se taxas moderadoras.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Bem lembrado!
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Enquanto o PSD dificultou a atribuição de transportes não urgentes, a situação,
por nossa ação, alterou-se e hoje é mais fácil ter transportes não urgentes.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Termino já, Sr. Presidente.
Hoje, os trabalhadores têm uma reposição salarial, há mais trabalhadores no Serviço Nacional de Saúde e
também se exige que o Governo tenha instrumentos para combater a precariedade. Isto deve-se, de facto, à
ação do PCP. Aqui está a diferença substancial entre aquela que é a política do PCP para o Serviço Nacional
de Saúde e aquela que é a vossa política e a vossa prática.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Santos.
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados Moisés Ferreira e Carla Cruz, saúdo a vossa
vinda ao debate.
O Sr. Deputado Moisés Ferreira falou de política de terra queimada. Eu dei vários exemplos na minha
intervenção, exemplos factuais, que existem fisicamente, que podem ser comprovados.
O Sr. Deputado referiu que não houve investimentos, é uma questão de ir aos hospitais. Espero que não vá
por razões de saúde, mas, como faz visitas políticas aos hospitais — e muito bem! —, visite-os, incluindo também
aqueles que foram abertos, inaugurados e colocados à disposição pelo anterior Governo.
Portanto, quando o investimento está completamente congelado no SNS, o ano passado e estes dois meses,
o Sr. Deputado referir-me isso é uma coisa que não bate certo. E olhe, Sr. Deputado, as coisas não devem ter
sido feitas tão más, mesmo na sua visão, porque, de alguma maneira, o atual Governo, com o vosso apoio, foi
buscar o ex-Ministro da Saúde para uma das missões mais importantes que o País tem pela frente, que é
administrar a Caixa Geral de Depósitos.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Mas olhe que isso também não é muito bom sinal! Isso não nos anima muito!
O Sr. Miguel Santos (PSD): — Tem o vosso apoio, porque senão isso não teria acontecido.
Portanto, Sr. Deputado, pegar em qualquer tema… É escolher à sorte.
Por exemplo, défice 2016: 200 milhões de euros, mais o cheque bónus que veio das finanças de 240 milhões
de euros, porque senão estávamos outra vez nos défices socráticos.