I SÉRIE — NÚMERO 69
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O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Tenha vergonha!
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Luís Pedro
Pimentel.
O Sr. Luís Pedro Pimentel (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A petição e o projeto de
resolução que estão em discussão neste debate têm por objeto o empenho da Força Aérea Portuguesa no
combate aos incêndios florestais.
Aproveito este momento para saudar os peticionários aqui presentes e dizer desde já que o Grupo
Parlamentar do PSD compreende a sua pretensão e é favorável ao envolvimento dos meios militares no apoio
à proteção civil, neste caso concreto, na prevenção e combate ao flagelo dos incêndios florestais.
Tal como é evidenciado no projeto de resolução, apresentado pelo Grupo Parlamentar do CDS-PP, esta é
uma vontade que não é nova e que foi lançada pelo anterior Governo PSD/CDS.
De facto, em 2013 foi criado um Grupo de Trabalho para os Meios Aéreos empregues em Missões de
Interesse Público que tinha exatamente como objetivo apresentar um estudo sobre o envolvimento ativo da
Força Aérea na prevenção e combate aos incêndios florestais.
Este estudo ficou concluído em 15 de setembro de 2015 e deixou um conjunto de recomendações que vão
no sentido de a Força Aérea Portuguesa substituir o operador dos serviços, ao nível das missões de proteção
civil, emergência e segurança interna, e da existência de uma componente constituída por meios próprios
permanentes pertencentes ao Estado, operados pela Força Aérea, e de uma componente sazonal composta por
meios permanentes e por meios a contratar para fazer face aos períodos mais críticos, nomeadamente, no pico
dos incêndios florestais.
Para o PSD não faz sentido a duplicação de meios e o desperdício de recursos públicos no âmbito do
combate aos incêndios florestais. A Força Aérea deve ser dotada, tal como estava previsto, dos meios que lhe
permitam ter um papel relevante neste domínio com o benefício acrescido do aumento de horas de voo para os
nossos pilotos, tal como é ambicionado pela Força Aérea.
É igualmente importante referir que o Exército português, na sequência de uma parceria com a proteção civil
portuguesa, irá envolver este ano cerca de 1300 militares na prevenção e combate aos incêndios florestais,
estando previstas ações de formação a decorrer em Castelo Branco e o fornecimento de material de proteção
individual que permita evitar aquilo que, infelizmente, aconteceu no ano passado, quando os militares estiveram
envolvidos no rescaldo dos incêndios florestais sem qualquer equipamento e treino adequado.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Esta é uma área fundamental para o interesse do Estado e é
importante que, mais do que as declarações de intenção e acusações políticas, se possa afetar os melhores
recursos à prevenção e ao combate dos incêndios florestais.
Por muito que o atual Governo o queira fazer parecer esta não é uma matéria nova, nem uma decisão inédita
dos Ministérios da Defesa Nacional e da Administração Interna.
A utilização dos meios da Força Aérea estava já prevista e só não foi posta em prática pelo anterior Governo
PSD/CDS, porque, apesar de ter vencido as eleições, foi impedido pela geringonça de esquerda de liderar
novamente os destinos do País, como o desejado pelos portugueses.
Protestos do PCP.
Esperemos agora que o atual Executivo consiga passar das palavras aos atos e, assim, ser realmente
possível esta cooperação, que permitirá rentabilizar os recursos do Estado e melhorar a resposta na prevenção
e combate dos incêndios florestais.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Miguel
Medeiros.