30 DE MARÇO DE 2017
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Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, a Sr.ª Deputada Isabel Pires.
A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Edite Estrela, antes de mais,
quero cumprimentá-la pela sua declaração política e também agradecer-lhe a oportunidade que nos dá para
debatermos um pouco mais aquilo que saiu da Cimeira de Roma, aquando da celebração dos 60 anos da
assinatura do Tratado de Roma.
O Bloco de Esquerda, já nesta semana, teve oportunidade de debater este tema, também com o Partido
Socialista, e, na verdade, o que a Cimeira nos traz é, acima de tudo, a nosso ver, uma demonstração de
irresponsabilidade e de cinismo por parte das instituições europeias, a que, infelizmente, já nos vêm habituando.
A Sr.ª Deputada deu a indicação de que, desde a assinatura deste Tratado, vivemos o mais longo período
de paz da União Europeia. É verdade, mas passados 60 anos fizemos um acordo com a Turquia para «sacudir
a água do capote» nas responsabilidades que temos enquanto europeus e no cumprimento do direito
internacional, ao nível da proteção dos refugiados, e prefigura-se já um novo acordo com a Líbia, que também
vai num sentido completamente oposto ao dos supostos valores de paz e de solidariedade.
Falou também da convergência económica, que sempre foi um motor importante desta suposta construção
europeia. No entanto, apesar de tanta convergência económica, a verdade é que o crescimento europeu e do
projeto europeu viveu até hoje a várias velocidades. Temos até hoje um determinado pelotão na frente e vários
pelotões que vão seguindo conforme as circunstâncias, o que não tem, de facto, qualquer credibilidade. E os
cinco cenários apresentados recentemente pela Comissão Europeia e pelo Presidente Juncker indicam
exatamente essa falta de credibilidade do projeto europeu atual.
Temos vários cenários e todos culminam no mesmo, que é a perpetuação da crise institucional, da crise de
valores que a União Europeia vive atualmente. Várias velocidades, apenas uma moeda… Nada disto tem
credibilidade.
Sabemos — e o povo português sabe bem — o que passou nos últimos anos, ao abrigo de muitas das
medidas que foram implementadas para cumprir determinadas regras…
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, já ultrapassou o tempo de que dispunha.
A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Como estava a dizer, sabemos — e o povo português sabe bem — o que passou nos últimos anos, ao abrigo
de muitas das medidas que foram implementadas para cumprir determinadas regras que tínhamos de cumprir,
ao contrário de outros países, que não tinham de o fazer.
Portanto, esta União Europeia está, na verdade, desagregada. E que melhor momento do que este para
perguntar: afinal de contas, este rejeitar dos extremismos,…
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Isabel Pires (BE): — … esta reforma da zona euro é para valer ou vai ser apenas mais uma
proclamação de sentidos?
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Edite Estrela.
A Sr.ª Edite Estrela (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Regina Bastos, agradeço a sua pergunta e
começo também por dizer que concordo consigo quando diz que hoje não é um dia feliz nem para a Europa nem
para nenhum dos 28 Estados-membros, incluindo aquele que está de saída, o Reino Unido. Mas é preciso
minimizar os custos, porque, como eu disse, as consequências são imprevisíveis, e controlar os danos.
Obviamente, espero que os cidadãos do Reino Unido que escolheram essa via tenham consciência das
dificuldades que vão enfrentar. Espero que tudo lhes corra bem, mas, se tiver de escolher entre correr bem ao