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I SÉRIE — NÚMERO 69

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Reino Unido ou correr bem à União Europeia, estarei do lado da União Europeia, porque, assim, estarei do lado

do meu País, que faz parte da União Europeia.

O Sr. Carlos César (PS): — Muito bem!

A Sr.ª Edite Estrela (PS): — Quanto ao resto, há aspetos em que estamos de acordo, Sr.ª Deputada, e

outros em que estamos em desacordo, designadamente em relação a posições que os nossos respetivos grupos

tomaram no Parlamento Europeu, que as nossas famílias políticas têm ao nível da definição das políticas

europeias, quer no Conselho, quer na Comissão e nas outras instituições.

Por exemplo, em relação às políticas sociais, como sabe, nem sempre o seu grupo foi tão progressista como

o meu grupo, nem sempre os Deputados portugueses apoiaram as nossas propostas e algumas das minhas

propostas para que o modelo social europeu se aperfeiçoasse e aprofundasse, para que as mulheres europeias,

por exemplo, dispusessem de mais direitos ou até no que diz respeito à solidariedade para com a Grécia.

Relativamente à sua pergunta, sinto-me muito confortável com os apoiantes do Governo do Partido

Socialista, o Bloco de Esquerda, o PCP e o Partido Ecologista «Os Verdes». Convergimos naquilo que é

essencial para melhorar a vida dos cidadãos portugueses. As nossas divergências em relação à Europa são

conhecidas, nunca fizemos disso tabu e, portanto, todos sabemos com o que contamos. E os resultados estão

à vista: aquilo que foi reconhecido hoje pelo Banco de Portugal, aquilo que já foi referido pela UTAO (Unidade

Técnica de Apoio Orçamental), pelo Instituto Nacional de Estatística, ou seja, Portugal vai no bom caminho e

esta solução governativa está para durar.

Sr.ª Deputada Isabel Pires, agradeço também a sua pergunta. Quero dizer-lhe que…

O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, já ultrapassou o tempo de que dispunha.

A Sr.ª Edite Estrela (PS): — Vou, então, terminar, Sr. Presidente, de forma muito breve, dizendo o seguinte

à Sr.ª Deputada Isabel Pires: nós, nem hoje nem no passado, nunca baixámos a cerviz em relação a Bruxelas.

O Partido Socialista sempre fez ouvir a sua voz, a nossa família política sempre criticou o que tinha de criticar e

apoiou o que era de apoiar.

O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, peço-lhe para concluir.

A Sr.ª Edite Estrela (PS): — Quero dizer-lhe que, neste momento, temos em Portugal um Primeiro-Ministro

que se faz ouvir em Bruxelas, que condiciona a agenda europeia e que tudo faz para termos uma Europa dos

cidadãos.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, há um ruido de fundo, principalmente nas bancadas, feito pelas Sr.as

Deputadas e pelos Srs. Deputados, que peço que se atenue, porque não há condições para se trabalhar assim.

Peço às Sr.as Deputadas e aos Srs. Deputados que estão de pé, a conversar, que, se quiserem continuar a

fazê-lo, saiam da Sala. Façam, por favor, o máximo de silêncio para nos podermos ouvir uns aos outros.

Ainda para pedir esclarecimentos à Sr.ª Deputada Edite Estrela, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.

O Sr. António Filipe (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Edite Estrela, o debate sobre a Europa e a

União Europeia é bem-vindo, neste tempo particularmente complexo que estamos a viver, mas é importante que

esse debate não fique pela superficialidade de algum discurso europeísta dominante, antes, questione o

processo de integração europeia, as suas consequências para os povos da Europa, as contradições que gerou

no âmbito da própria União e as dificuldades e os constrangimentos que tem vindo a representar para países

como Portugal e para a defesa dos interesses do povo português e de Portugal. É que, se não questionarmos

profundamente, nos seus fundamentos, este processo de integração europeia, entramos naquele discurso

contraditório de, depois de apoiarmos as causas, lamentarmos as consequências daquilo que apoiámos e

defendemos.