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6 DE ABRIL DE 2017

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Sr. Ministro, o que lhe posso dizer é que esta estratégia — a qual passou em muitos casos por estarem

permanentemente a defender a nacionalização, pois ora queriam a venda ora queriam a nacionalização — teve

um resultado concreto: desvalorizou brutalmente o Novo Banco. E é também por isso que o resultado que tem

hoje para apresentar é mau, muito mau.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Tem novamente a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, é apenas para lembrar que foram o PSD

e o CDS que puseram 4000 milhões de euros no Novo Banco e inventaram que seria a banca a pagar. E agora

chegam aqui, «lavam as mãos» do acontecido e vêm dizer que é o Bloco que tem de resolver o assunto.

Srs. Deputados, nós agradecemos o carinho e a confiança, mas como rejeitámos a chuva de dinheiro público

que puseram no passado, também rejeitamos agora o favor, escolhido, já agora, pelo ex-Secretário de Estado

do PSD e do CDS, Sérgio Monteiro, e validado pelo Governador, reconduzido pelo PSD e CDS, Carlos Costa.

Portanto, rejeitamos este negócio, como rejeitámos o anterior, que foi deixado pelo CDS e pelo PSD.

Aliás, também já percebemos que o CDS não gosta da solução. Se calhar, se o Sr. Ministro tivesse esperado

pelas férias de verão e tivesse enviado uma cartinha ou um e-mail ao CDS a dizer que tinha uma continha de

5000 milhões de euros, de certeza que a resposta seria «bom, de férias, à distância, sem conhecer, a única

coisa que podemos fazer é, eventualmente, confiar, dar o ok e esperar que tudo corra pelo melhor».

Pois bem, não correu pelo melhor, correu pelo pior! E, agora, somos chamados a pagar a irresponsabilidade

dos Srs. Deputados do PSD e do CDS, no passado.

Srs. Deputados, além disto, registamos também que houve um tempo em que o PSD fazia propostas sobre

como dirigir o País. Lembramo-nos desse tempo antigo.

Agora, o PSD, como está mais ponderado e mais cordial, limita-se a vir pedir ao Bloco de Esquerda que tome

as decisões sobre o futuro do País.

O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Seja coerente!

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Nós agradecemos a confiança, prometemos que vamos cumprir tudo isto

e aquilo que o PSD nos pede para fazer, mas registamos que continuamos sem conhecer a proposta alternativa

do PSD, que criou um problema, deixou um problema deste tamanho ao País e, agora, «lava as mãos» e pede

ao Bloco de Esquerda que resolva o problema que o PSD criou. E isso, Srs. Deputados, nós não faremos.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Tem, agora, a palavra o Sr. Ministro das Finanças.

O Sr. Ministro das Finanças (Mário Centeno): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Na semana

passada, o Banco de Portugal decidiu a venda do Novo Banco ao investidor norte-americano Lone Star.

É o início da fase final da resolução do BES, que começou em 2014 e foi feita num Conselho de Ministros

em que teve assento não a então Ministra da Agricultura, hoje Deputada, Assunção Cristas, mas, querem fazer-

nos crer, o Conselho de Administração do Banco de Portugal.

Aplausos do PS.

Para o Governo, eram três os requisitos essenciais para a conclusão do processo de venda. No processo

negocial das últimas semanas, foi possível alcançar essas três condições.

Em primeiro lugar, está afastado o espectro da liquidação do Novo Banco. A liquidação teria imprevisíveis

consequências sistémicas para o sistema financeiro nacional. A venda permite que essas consequências não

se materializem e que o Novo Banco continue a ter uma importância determinante no financiamento à economia,

em particular às pequenas e médias empresas.