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6 DE ABRIL DE 2017

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O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Estamos hoje a discutir o que foi

apresentado como sendo a solução do PSD e do CDS para o Novo Banco, resultado de uma resolução mal feita

ao BES e que o Governo PS, agora, decide concretizar.

Foi uma resolução mal feita porque, além de envolta em mentiras, não segregou os ativos do Banco que

deveria e foi dito aos portugueses que custaria 4900 milhões de euros quando, na verdade, sairia muito mais

cara, como, aliás, agora se verifica. Mas foi uma resolução mal feita também porque o anterior Governo preferiu

e optou por deixar de fora as propriedades e os ativos do Grupo Espírito Santo que poderiam servir para pagar

o buraco que o próprio Grupo Espírito Santo abriu no seu Banco,…

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — … aliás, solução essa defendida pelo PCP desde o princípio, tal como a de

procurar os destinatários dos fluxos que lesaram o Grupo Espírito Santo, ou seja, ir atrás do dinheiro onde ele

terá ido, para que o Estado não tivesse de ser chamado a pagar toda a fatura da destruição do Banco Espírito

Santo.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — A opção do PSD e do CDS, na altura, foi permitir que esse dinheiro, essa

riqueza fosse desbaratada e assumir, através do chamado Fundo de Resolução, que é uma forma de fingir que

não é o Estado a pagar, os custos da resolução do Banco Espírito Santo e da criação do Novo Banco.

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Isso é falso! É completamente falso!

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, Sr. Ministro: Esta

é uma altura em que até se torna mais evidente do que em outras que, se é verdade que se parte de um ponto

de partida péssimo, não é verdade que não haja outras soluções…

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — … e não é verdade que tenhamos de aceitar todas as receitas e imposições

que vêm da União Europeia quando são contrárias, manifestamente contrárias ao interesse nacional.

A integração do Novo Banco no setor público bancário, como o PCP tem vindo a defender, é a única solução

que garante a viabilidade do Banco, a presença do interesse nacional na estratégia do Novo Banco e que

salvaguarda os custos, até do ponto de vista orçamental, que pode vir a ter esta operação.

Num instante se encontrou aquela solução dos 25% do Fundo de Resolução para garantir os ativos que

podem vir a desvalorizar-se. O Lone Star agradece essa garantia com outro nome, mas por que é que não foi

encontrada outra solução semelhante, ficando o Estado com 75% e o Fundo de Resolução com 25%, para

assumir as perdas? É uma das hipóteses que poderia ter estado em cima da mesa; foram criativos para os

privados, talvez pudessem ter sido criativos para o interesse público.

O PCP trará à Assembleia da República a possibilidade de votar para travar este negócio e integrar o Novo

Banco no setor público bancário, porque, ao contrário do que o PSD diz e insiste, a venda do Novo Banco não

é a única solução e o PCP trará à Assembleia da República, através de um projeto de resolução, a manutenção

do Novo Banco na esfera pública, a sua integração no setor público bancário.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Meireles, do Grupo

Parlamentar do CDS-PP.

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro das Finanças, Sr.ª Secretária de Estado

Adjunta do Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Deputados: Na semana passada, o Bloco de Esquerda dizia que iria