I SÉRIE — NÚMERO 75
16
Mas, para não fugir ao tema que aqui trouxe, e antes de lhe colocar as questões que já tinha preparado,
queria perguntar-lhe o seguinte: de quantas pessoas é que estamos a falar com 60 anos de idade, ou mais, e
com 48 anos de descontos?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, a proposta que o Governo apresentou, como
sabe, não limita nem a 60 anos de idade nem a 48 anos de descontos, abrange todo o universo de pensionistas
com uma solução diferenciada em função da idade e do período de descontos. Portanto, dirige-se a todos e não
só a alguns.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, creio que, enquanto não
tivermos números concretos sobre o universo de que estamos a falar, é impossível discutirmos seriamente e
com profundidade esse tema.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Por isso, o CDS quis trazer aqui um contrato de transparência para
que, ano após ano, toda a gente, cada um, no seu caso próprio, todas as pessoas, todo o sistema e todos nós
pudéssemos saber de que números e de que descontos e de que montantes possíveis é que estávamos a falar.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Claro!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Portanto, volto a lançar este repto ao Partido Socialista.
Em relação a uma outra questão, e revelante, que referiu na sua intervenção, a questão, por exemplo, da
natalidade tendo em vista a matéria das reformas, queria referir, Sr. Primeiro-Ministro, que teria sido bom ouvi-
lo a propósito do quociente familiar, não dizer que foi um erro e que era uma injustiça, mas, sim, que foi uma
medida muito boa, hoje reconhecida no relatório da OCDE como sendo a primeira medida que inverteu a
tendência de não considerar a relevância dos filhos para os impostos dos que têm de suportar essas despesas.
O Governo, infelizmente, reverteu, e mal, essa reforma, mas ainda bem que manteve algumas deduções, e
nós esperamos que elas possam vir a ser aprofundadas, para que nessa política, como em tantas outras,
nomeadamente na habitacional — e o CDS apresentou uma reforma do programa Porta 65 também para
privilegiar jovens com filhos –, possamos fazer a diferença e sustentar um caminho de crescimento da
natalidade.
Mas, a propósito de reformas revertidas — e o quociente familiar não foi a única –, na semana passada
tivemos aqui uma reversão na reforma do arrendamento, que passou de um período transitório de 5 para 10
anos.
Vou escusar-me a estar a referir muito essa matéria, mas quero apenas perguntar-lhe uma coisa…
O Sr. João Oliveira (PCP): — É o peso na consciência!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Não! Nenhum!
Sr. Primeiro-Ministro, por que é que, em vez de pagar o subsídio de renda, o senhor optou por aumentar de
5 para 10 anos o período transitório?
Aplausos do CDS-PP.