13 DE ABRIL DE 2017
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O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, já há pouco tive ocasião de explicitar ao Sr.
Deputado Luís Montenegro que não compete ao Governo fiscalizar a Assembleia da República nem substituir-
se àquelas que são as decisões da Assembleia da República. Aliás, no que me diz respeito a Sr.ª Deputada
sabe bem porquê, porque não deverá estar esquecida de quais foram as posições que eu, como presidente da
Câmara Municipal de Lisboa, a Câmara Municipal de Lisboa e a Assembleia Municipal de Lisboa transmitimos
à então ministra responsável pela reforma do arrendamento, que penalizou, sem qualquer cuidado, todos os
arrendatários com mais de 65 anos,…
Aplausos do PS.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Não é verdade!
O Sr. Primeiro-Ministro:— … remetendo para memória futura o pagamento de um subsídio que sabia não
ter cobertura orçamental para assegurar e para pagar.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, fugiu-lhe a boca para a verdade:
não tem cobertura orçamental!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora bem!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — O Sr. Primeiro-Ministro não paga o subsídio de renda, aprovado no
anterior Governo, porque não tem cobertura orçamental. É tão simples como isto! Escusa de inventar outras
desculpas, outras razões, escusa de querer dourar a pílula; o senhor não tem cobertura orçamental!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Ao contrário do anterior Governo, que contemplou um período
transitório de cinco anos precisamente para poder medir e saber qual era o universo de que se estava a falar.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Vou dizer-lhe de que universo estamos a falar, Sr. Primeiro-Ministro:
estamos a falar de 115 000 contratos anteriores a 1990 e de um total de 762 000 contratos habitacionais.
Portanto, é uma pequena parte, que teria um custo estimado de alguns milhões de euros, mas que, pelos
vistos, o Sr. Primeiro-Ministro não está disponível para pagar. E, então, o que é que prefere? À reforma prefere
a reversão, prefere o imobilismo…
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Exatamente!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — … e prefere voltar a fazer aquilo que durante muitas décadas foi feito
e que tanto penalizou Lisboa e Porto: deixar a cidade degradada.
Protestos do PS.